Aumenta a tensão na reta final do Mundial de Fórmula 1. O Grande Circo chega a Las Vegas para a 22.ª e antepenúltima prova do ano, com três pilotos ainda em luta pelo título. Certo é que não haverá campeão em solo norte-americano, mas muito da época poderá ficar decidida na Cidade do Pecado.
O que parecia ser uma formalidade para a McLaren há meses, entre Oscar Piastri e Lando Norris, rapidamente passou a uma luta a três, graças a persistência de Verstappen e a subida de performance do seu Red Bull, ao contrário da equipa britânica, nitidamente em queda nesta reta final.
Oscar Piatri parecia bem lançado para o seu primeiro título da carreira, mas o australiano desapareceu desde Monza, o seu último pódio (3.º), e após a pausa de verão, vem acumulando maus resultados.
Lando Norris, seu colega de equipa, aproveitou para ultrapassa-lo e, faltando três provas para o final, lidera o Mundial de Pilotos com 390 pontos, 24 mais do que Piastri e mais 49 que Verstappen, quando há 83 pontos em disputa. O britânico nem precisa de vencer qualquer prova até ao final para sagrar-se campeão.
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Lando deu provas de maturidade para calar os críticos, dominando de forma absoluta as provas no México e no Brasil, para assumir-se com grande favorito a vitória final.
O Mundial de Construtores há muito que foi ganho pela McLaren.
O que acontece em Vegas... não tem de ficar em Vegas
O circuito citadino de Las Vegas receberá o último dos três Grandes Prémios disputados nos EUA, antes do fecho da época no Médio Oriente. O fim de semana será feito de sessões noturnas, mas madrugada na Europa, pelo que os amantes da modalidade terão de se abastecer de café para conseguir acompanhar os treinos e a corrida.
Pela terceira vez (5.ª da história), haverá adrenalina e velocidade pura na Strip de Las Vegas. Apesar de citadino, os 6,201 quilómetros do circuito, o segundo mais longo do calendário, são feitos quase sempre com prego a fundo, com velocidades que chegam quase aos 370 km/hora. No ano passado, Alex Albon chegou aos 368 km/h na longa reta de 1,9 km, local de preferência para ultrapassagens, com ajuda do DRDS.
A escolha e gestão dos pneus assume-se muito importante para completar as 50 voltas do circuito (ou 120 minutos de corrida), dadas as baixas temperaturas e o pouco apoio aerodinâmico.
"Na época passada tivemos dificuldades com o comportamento dos pneus, além dos problemas aerodinâmicos que nos fez perder eficiência. Sabemos o que fazer para resolver estes dois aspetos. Do ponto de vista dos pneus, é a eficiência e ajustes prémios", explicou Andrea Stella, chefe da McLaren, que terá de arranjar formas de anular a vantagem do Red Bull de Verstappen nas retas.
Max Verstappen parece ter deitado a toalha ao chão no Brasil quando, questionado sobre o título, sublinhou que era para esquecer. Apesar de ter partido do pitlane, o neerlandês fez uma prova irrepreensível para terminar em terceiro, o que mostra bem a sua capacidade.
O circuito de Las Vegas favorece a caraterísticas do seu monologar, mas o tetracampeão do Mundo sabe que não poderá ter qualquer deslize. Verstappen entrará em pista de calculadora na mão para espremer, como sempre faz, o seu RB21 e esperar que os 'papaia' cometem erros.
Numa época em que já esteve a mais de 100 pontos de Piastri, anterior líder, Verstappen conseguiu três vitórias em quarto Grandes Prémios para reentrar na luta.
"Tem sido uma boa temporada, tentámos ser consistentes e otimizar o carro. Não estivemos no nosso melhor durante a maioria da época, mas conseguimos recuperar muita diferença, o que me orgulha [...]. O ritmo da corrida no Brasil foi bom e espero ser competitivo. Gostaria de ter começado mais à frente, mas diverti-me a ultrapassar e a lutar até à última volta", recordou.
Lando Norris tem tudo para ser campeão mas, numa pista que não lhe favorece, o objetivo passa por maximizar tudo e continuar na luta.
"Não tenho a mesma confiança que tinha nas últimas corridas, mas continuo a vir para ganhar e quero repetir os últimos fins de semana [...] Sabe-se que há circuitos desafiantes para nós, e Las Vegas tem características similares a Baku e Canadá, onde a McLaren tradicionalmente tem dificuldades", recordou o líder do Mundial de Pilotos.
Em Las Vegas a Ferrari quererá dar uma resposta, depois de um fim de semana para esquecer em Interlagos: não pontou e somou prejuízos, depois de ver os seus dois pilotos desistirem devido a incidentes em pista que os deixou fora de corrida. Um desastre que atirou a escuderia para o 4.º lugar no Mundial de Construtores.
A Mercedes também tem desejos de vitórias. George Russell quer repetir o feito de 2024, quando venceu à frente de Lewis Hamilton, então seu colega de equipa na equipa nos Flechas de Prata. O britânico quer a terceira vitória da época e o seu companheiro, Kimmi Antonelli, procura mais um pódio, numa pista que favorece a Mercedes.
Os horários do GP de Las Vegas
Sexta-Feira
Treinos Livres 1 – 00:30
Treinos Livres 2 – 04:00
Sábado
Treinos Livres 3 – 00:30
Qualificação – 04:00
Domingo
Corrida – 04:00
Curiosidades
Voltas: 50
Percurso: 6.201 km
Total de km: 309.958 km
Curvas: 17
Pole em 2024: George Russell (Mercedes): 1:32.312
Volta mais rápida: Lando Norris (McLaren): 1:34.876 em 2024
Pódio em 2024
1.º George Russell (Mercedes) 1:22:05.969
2.º Lewis Hamilton (Mercedes) +7.313
3.º Carlos Sainz Jr. (Ferrari) +11.906
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