Nico Rosberg não tem dúvidas: George Russell travou intencionalmente durante o período de safety car no Grande Prémio do Canadá, com o objetivo de irritar e possivelmente comprometer Max Verstappen.

O antigo piloto alemão e campeão do mundo em 2016 acredita que o britânico da Mercedes usou a reta entre as curvas 12 e 13 do circuito Gilles Villeneuve como palco para uma manobra provocatória, ao acionar os travões de forma inesperada diante do piloto da Red Bull.

“Quando se conduz atrás do safety car e se vê Max Verstappen atrás, a tentar irritar-nos, no espelho retrovisor, ocupando todo o espaço, pilotando por vezes lado a lado, igualando a nossa velocidade, isso perturba-nos sempre, perturba qualquer piloto. E então surge a reação, perfeitamente natural: ‘Sabes que mais? Toma lá disto!’ Por isso, George travou para se vingar de Max”, analisou Rosberg, num comentário que está a dar que falar.

Para o ex-piloto da Mercedes, a travagem repentina de Russell pode ter tido uma dupla intenção: atrapalhar o neerlandês e tentar forçar uma penalização, numa altura em que Verstappen está perigosamente perto de uma suspensão, devido ao número de pontos acumulados na superlicença.

“Não me surpreenderia se se descobrisse que foi o próprio Verstappen quem pediu à Red Bull para reclamar uma penalização para Russell. Max ficou furioso quando George travou à sua frente e tentou que ele fosse penalizado por ultrapassar atrás do safety car. O jogo do gato e do rato continua, e isso é bom!”, acrescentou Rosberg, sublinhando o ambiente de tensão e estratégias mentais cada vez mais refinadas entre os protagonistas da Fórmula 1.

Apesar de a FIA não ter, para já, avançado com qualquer sanção, o episódio adensa o clima de rivalidade entre os dois pilotos e volta a colocar o comportamento durante períodos de neutralização no centro do debate. Entre provocações, queixas e táticas psicológicas, o campeonato segue ao rubro, dentro e fora da pista.