
"Nós precisamos agora com muita urgência de reconstruir o nosso hospital rural, com todos os serviços e equipado para poder responder às necessidades da nossa população", declarou à Lusa Sérgio Domingos Cipriano, administrador de Mocímboa da Praia.
O distrito de Mocímboa da Praia conta até ao momento com 118.115 habitantes que estavam deslocados e decidiram voltar as aldeias de origem, boa parte concentrada na sede distrital.
Desde que o conflito estourou, os serviços de saúde têm funcionado como algumas limitações face à destruição das infraestruturas das unidades de saúde locais em resultado dos confrontos entre as forças governamentais e os rebeldes.
Além de Mocímboa da Praia, Muidumbe, onde pelo menos 56 pessoas que estavam deslocadas regressaram às suas aldeias, é outro distrito que se ressente da destruição das unidades saúde.
O hospital distrital, localizado na localidade de Muatide, a 15 quilómetros da sede, está totalmente destruído, explicou à Lusa o administrador de Muidumbe, Saide Chabane, que acrescenta que os serviços de saúde neste momento são prestados através de "brigadas moveis".
"O nosso maior hospital precisa de uma reconstrução de raiz para atender a população do distrito de Muidumbe. Neste momento, nós estamos a trabalhar através de brigadas móveis que se movimentam em todas as aldeias do distrito de Muidumbe", frisou Saide Chabane.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
RYCE // VM
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