
O valor que consta do projeto de lei de programação militar "representa um aumento sem precedentes do orçamento da defesa" para atingir os 69 mil milhões de euros em 2030, contra 32 mil milhões de euros em 2017, defendeu a equipa do ministro Sébastien Lecornu.
Um esforço que se justifica pela "deterioração muito rápida do contexto geopolítico" marcado pela guerra na Ucrânia, mas também "pelo aparecimento de muitas novidades tecnológicos que têm um custo", diz o ministério no documento que levou hoje a Conselho de Ministros.
O orçamento dedicado às Forças Armadas ascenderá a 413 mil milhões de euros ao longo de sete anos -- incluindo 13 mil milhões de euros em receitas extraorçamentais que serão utilizadas, em particular, para financiar a ajuda militar à Ucrânia.
Sébastien Lecornu quer ainda ver autorizada uma despesa adicional de 1,5 mil milhões de euros em 2023, além do orçamento anual de 43,9 mil milhões de euros, para combater as "emergências operacionais", nomeadamente em termos de 'drones'(aparelhos aéreos não tripulados) e anti-drones, uma das fragilidades do sistema militar francês reveladas pela Ucrânia.
Alguns programas de armamento foram beneficiados em detrimento de outros na programação para os próximos anos.
Os programas relacionados com a dissuasão nuclear ou o calendário do porta-aviões de próxima geração, que será encomendado até 2038, são preservados.
As entregas de 42 caças Rafale programadas entre 2027 e 2030 são alargadas até 2032, por exemplo, mas já as entregas de aeronaves de transporte A400M serão aceleradas, enquanto em 2030 a Marinha só poderá contar com três das cinco fragatas de defesa e intervenção.
A França tem vindo a reforçar as suas despesas com a defesa há vários anos, ao contrário de outros países europeus, que só recentemente decidiram fazer esse esforço orçamental e devido ao conflito na Ucrânia, caso da Alemanha, por exemplo.
"Os países europeus já encomendaram ou planeiam encomendar todo o tipo de armamento. Submarinos, caças, drones, mísseis antitanque, fuzis e radares", segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI).
ANP // RBF
Lusa/fim
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