
"A criminalidade organizada transnacional, em especial o tráfico internacional de drogas e o branqueamento de capitais, apresenta desafios significativos para a estabilidade política, social e económica", afirmou Domingos Correia, que falava na cerimónia para assinalar os 40 anos de criação da Polícia Judiciária guineense.
Segundo o responsável, aqueles crimes são uma "ameaça à segurança nacional e internacional", porque geram "lucros significativos" utilizados pelos criminosos para financiar outras atividades ilegais como o "terrorismo".
Considerando a expansão do extremismo violento e a ameaça do terrorismo no Sahel como "preocupantes", Domingos Correia defendeu o fortalecimento das instituições a todos níveis para prevenir e combater aquele fenómeno e contribuir para a "manutenção da segurança e consolidação da paz".
"A Polícia Judiciária desempenha um papel crucial nesse sentido e é necessário um forte e sério investimento para criar condições dignas para o exercício eficiente e eficaz das suas atribuições", pediu Domingos Correia.
Nesse sentido, o diretor da PJ guineense salientou a necessidade de construir uma nova sede para aquela polícia de investigação criminal, bem como a extensão dos seus serviços às diferentes regiões do país, para "permitir uma atuação mais eficiente e uma melhor resposta aos desafios do crime organizado".
Domingos Correia anunciou também para breve um laboratório digital forense, apoiado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da União Europeia.
O responsável considerou que se trata de "uma importante contribuição para o combate ao crime organizado transnacional e para a promoção da segurança e justiça" na nossa Guiné-Bissau.
Para breve, segundo Domingos Correia, será também instalado, com o apoio da China, o primeiro laboratório de autópsia forense, uma necessidade para "elucidação dos crimes de homicídio e da consistência da matéria probatória produzida para o inquérito".
O diretor da PJ lamentou a falta de promoção dos funcionários daquela polícia, lembrando que muitos nunca foram promovidos em 20 anos de carreira.
MSE // VM
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