Os cortes orçamentais obrigaram à paragem dos testes antidoping no Quénia e podem levar à suspensão do país das competições internacionais, advertiu hoje a agência antidopagem queniana (ADAK).
A ADAK revelou que não recebeu em julho do governo os 20 milhões de xelins (cerca de 140.000 euros) para financiar o programa antidopagem, que é uma das vítimas dos cortes orçamentais impostos pelo executivo, na sequência de uma nova lei fiscal ter sido retirada, após protestos no país.
“Esta decisão deixou a agência paralisada e não conseguimos cumprir as nossas obrigações, arriscando assim entrar em incumprimento em relação ao Código Mundial Antidopagem”, disse o presidente da ADAK, Daniel Makdwallo, que pediu ao governo para repensar esta medida.
O Quénia investiu fortemente no programa antidoping depois de uma série de escândalos terem quase afastado o país dos Jogos Olímpicos Rio2016, tendo mesmo sido declarado o incumprimento do Código Mundial Antidopagem.
Só nos últimos três anos 78 atletas foram suspensos, entre os quais o recordista do mundo dos 10 quilómetros em estrada, Rhonex Kipruto, com a maratonista Beatrice Toroitich a ser a primeira atleta queniana a ser irradiada.
Em abril de 2023, o governo tinha anunciado um investimento superior a 20 milhões de euros em cinco anos para o programa antidoping, mas acabou por reduzir drasticamente essa verba.
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