O coordenador da comissão de gestão do 1º de Maio de Benguela, Rui Araújo, mostrou-se indignado, nesta cidade, com a decisão da comissão de disciplina da Federação Angolana de Futebol (FAF), de retirar três (3) pontos e sancionar o clube com o pagamento de uma multa de três milhões e 850 mil kwanzas.

De acordo ao coordenador, que falava em conferência de imprensa, esta decisão está expressa na deliberação do jogo 89/2019, entre as equipas do 1º de Maio de Benguela e Sporting de Benguela, do campeonato nacional da 2ª divisão.

Rui Araújo referiu ainda que um jogo só pode iniciar depois de se verificar todos os pressupostos de segurança e se o comissário e os árbitros decidiram começar o 1º e o 2º tempo, a culpa não pode ser atribuída ao 1º de Maio, mas à equipa que dirigiu a partida.

“Nós vamos mostrar, através de um documento que vamos dirigir ao presidente da mesa da assembleia-geral FAF, o nosso descontentamento e todas as provas que mostram que a nossa equipa em nada tem a ver com confusão no jogo diante do Sporting de Benguela. Vamos dar um prazo e solicitar o relatório do árbitro e do comissário do jogo”, disse o dirigente desportivo.

Explicou que, a comissão de gestão vai tornar público a indignação sobre a decisão do conselho de disciplina da FAF que o 1º de Maio considera lesiva aos interesses do desporto nacional, no que pondera dar entrada de uma providência cautelar junto do tribunal de comarca de Benguela, para anular os efeitos do comunicado número 22 da FAF.

O dirigente desportivo disse também que o 1º de Maio não proibiu a entrada de qualquer adepto do Sporting Clube de Benguela, o que demonstra mais uma falsidade da comissão de disciplina da FAF.

“José Carlos é o presidente da comissão de disciplina da FAF, esteve no campo e assistiu até ao intervalo, por isso não viu a confusão e nem o final do jogo que terminou com uma ovação aos árbitros e se a segunda parte do jogo teve inicio é porque os árbitros viram que havia condições para jogar, daí que toda a responsabilidade deve ser atribuída à comissão de árbitros e não ao 1º de Maio”, retorquiu o coordenador.

Entretanto, o responsável acusou, na ocasião, a equipa do Eliete Sport Clube de Benguela pelo sucedido e de “serem criminosos”, por terem tentado corromper alguns atletas do 1º de Maio antes da partida diante do Sporting de Benguela.

Rui Araújo acrescentou que, na hipótese do 1º de Maio jogar na primeira divisão nacional, o clube já tem um patrocinador de nacionalidade alemã, que em princípio chega ao país no dia 07 de Julho para oficializar o patrocínio.

Já o antigo árbitro internacional Venâncio de Matos salientou não haver razão de se retirar os três pontos ao 1º de Maio, visto que não houve um erro técnico, porque os jogo terminou aos 90 minutos.

“Daquilo que conheço das normas do futebol, quando há vandalismo dos adeptos, a equipa de arbitragem não deve reiniciar o jogo, ficaria terminado e porque houve agressão ao 4º árbitro e aos membros do Sporting de Benguela”, defendeu.

O especialista em arbitragem notou igualmente que não havendo condições de iluminação, tinha de ser mais uma vez o comissário e o árbitro a não reiniciarem o jogo, pelo que, nesta partida, o 1º de Maio não pode ser responsável pelo sucedido, mas sim o comissário e o comandante da Polícia Nacional, porque no local estavam presentes polícias de ordem pública e de intervenção rápida.

Mesmo com a retirada dos três pontos, o 1º de Maio de Benguela sobe à primeira divisão, uma vez que o Eliete Sport Clube de Benguela deu entrada de um documento na Associação Provincial de Futebol para sua desistência do campeonato.