O Boavista Futebol Clube foi declarado insolvente esta terça-feira, às 15h00, pelo Tribunal do Comércio de Gaia, horas depois de concluído o leilão dos terrenos contíguos ao Estádio do Bessa, que rendeu 5,55 milhões de euros — acima do valor mínimo estipulado, mas abaixo do valor base.

A sentença surge após o chumbo do Processo Especial de Revitalização (PER) da SAD, no mês passado, mantendo-se em aberto uma dívida superior a 150 milhões de euros. A insolvência foi requerida pela Ares Lusitani, sociedade de titularização de créditos do grupo norte-americano KKR, proprietário de vários ativos em Portugal, incluindo a Greenvolt.

Com mais de 22.500 metros quadrados, os terrenos leiloados incluem os campos de treino do clube, infraestruturas desportivas e um parque de estacionamento subterrâneo. A venda, concretizada esta manhã, gerou fortes preocupações entre adeptos e dirigentes boavisteiros, que alegavam ter recorrido à insolvência como medida urgente para travar precisamente este desfecho.

Num cenário de crescente instabilidade financeira, o Boavista enfrenta agora um novo desafio desportivo: falhada a inscrição na Liga 2, o clube tem até quinta-feira para reunir a documentação necessária para garantir uma vaga na Liga 3. Caso contrário, poderá ser relegado para os campeonatos distritais, consumando uma queda histórica para um dos emblemas mais emblemáticos do futebol português.