A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e as Sociedades Desportivas presentes na I Liga e II Liga na época desportiva 2018-19 geraram receitas superiores a €874 milhões, o que permitiu uma contribuição total de €549 milhões para o PIB português – um aumento de 39,2% face ao quadro competitivo anterior.
O Futebol Profissional em Portugal já gera diretamente, assim, cerca de 0,3% da riqueza nacional, conclui a terceira edição do Anuário do Futebol Profissional Português, promovido pela LPFP e pela EY Portugal, e apresentado, esta quarta-feira, na Conferência Futebol Profissional e Economia Pós Covid-19, no Auditório do Parque dos Poetas, em Oeiras.
A época 2018-19, revelou melhoria generalizada da receita operacional das Sociedades Desportivas e a consequente subida da contribuição direta da indústria portuguesa de Futebol para o PIB – que seria superior se considerados os impactos diretos e induzidos na economia – deveu-se essencialmente à entrada em vigor do novo ciclo de distribuição de receita das competições europeias (com um impacto positivo de €68 milhões); à subida global do saldo de transação de jogadores na I Liga (que registou um aumento de perto de €72 milhões); e à introdução dos novos contratos de direitos audiovisuais com os operadores televisivos para a transmissão dos jogos.
Numa época marcada pelo arranque do projeto de internacionalização da marca Liga Portugal, em que se destaca o estreitamento de relação com a espanhola LaLiga e com países de Língua Oficial Portuguesa, a análise da EY revela uma performance positiva da indústria do Futebol Nacional, mas ainda assim oscilante, uma vez que as anteriores edições têm mostrado alguma disparidade na contribuição deste setor para o PIB (€311 milhões na época 2015-16; €455 milhões na edição seguinte; e €351 milhões na época 2017-18).
“Não só as receitas na época 2018-19 aumentaram, como se verificou uma melhoria significativa dos principais rácios financeiros e económicos das Sociedades Desportivas. Tal desempenho dá nota do fim de um ciclo estratégico, que levou a uma maior consolidação e equilíbrio competitivo e a uma maior preocupação em projetar as marcas dos emblemas e das competições do campeonato Português em novos mercados.” O responsável aponta para entrada desta indústria numa fase de maturidade, “em que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional terá maior responsabilidade na distribuição de receita para as Sociedades Desportivas, nomeadamente através de uma política comercial ativa e com retorno, e da expansão do produto consolidado a novos mercados, nacionais e internacionais”, disse Pedro Proença, presidente da LPFP.
Desígnios, sublinha Pedro Proença, que não podem ser hipotecados pela atual crise que o setor – e a economia no geral – atravessa, potenciada pela pandemia de Covid-19.
"É ainda impossível estimar as perdas avultadas que o Futebol Profissional sofrerá, mas é certo que o contexto que vivemos obriga a indústria, ainda de forma mais urgente, a organizar-se de forma centralizada. Só assim será possível aumentar o poder negocial das empresas do setor face a um conjunto importante de ativos, como são os direitos audiovisuais”, referiu o antigo árbitro.
Na época desportiva em análise, 67% dos jogos da I e II Liga foram transmitidos por operadores televisivos, um aumento de 9 pontos percentuais face à época anterior. Simultaneamente, a utilização média dos estádios aumentou 4 p.p., fixando-se em 35%.
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