O FC Porto enviou uma carta ao presidente da Liga Portugal, Reinaldo Teixeira, manifestando surpresa pela decisão do Benfica em suspender a sua participação na Direção da Liga Centralização, sublinhando o contraste com o apoio anteriormente demonstrado pelos encarnados à gestão do antigo presidente da Liga.

“Não nos são claros os motivos desta tomada de posição, questionando-nos se decorrem de novos dados ou de alterações internas”, referem os dragões, recordando que, ao longo do tempo, foram uma das poucas vozes a defender a necessidade de escrutínio dos candidatos à presidência da Liga por parte dos clubes.

No documento, o FC Porto lamenta que muitos emblemas tenham optado pelo silêncio em temas estruturais como centralização dos direitos televisivos, apostas desportivas, pirataria ou quadros competitivos, defendendo que a saída do Benfica e a ausência do Sporting na mais recente reunião da Direção da Liga Centralização representam um novo entrave ao processo. “Coincidência ou não, o Sporting Clube de Portugal não compareceu à reunião realizada ontem”, assinalam.

Os dragões reafirmam a sua disponibilidade para discutir o tema em Assembleia Geral da Liga, ordinária ou extraordinária, e pedem a Reinaldo Teixeira uma “posição mais assertiva e objetiva”.

No mesmo documento, o clube critica também a proposta do Benfica para uma eventual investigação sobre a presença de ex-árbitros em estruturas desportivas, considerando-a “desproporcionada” e geradora de suspeições infundadas.

Reiteram ainda o apelo ao combate à corrupção, mencionando novamente o “caso dos emails”, que, segundo o FC Porto, revelou práticas que o próprio presidente do Benfica classificou como “influências diretas ou indiretas na arbitragem”.

A concluir, os dragões deixam um alerta sobre a necessidade de rever os regulamentos das instituições do futebol português, criticando sanções brandas por incidentes graves. Como exemplo, apontam “episódios recentes no Estádio da Luz”, nomeadamente no dérbi entre Benfica e Sporting, que, na perspetiva do FC Porto, “evidenciam de forma gritante essa incongruência”.