Se Fernando Torres foi uma ameaça sem expressão em Lisboa, provou esta noite em Anfield Road o quão letal consegue ser. O avançado espanhol foi decisivo no resultado e na boa exibição da equipa de Rafa Benitez
A vantagem trazida da primeira mão (2-1) era curta mas os encarnados até entraram confiantes perante a atmosfera única de Anfield Road. No entanto, esse domínio foi uma ilusão que se esfumou a partir dos 10 minutos. Os reds assumiram o comando do jogo, ainda que sem grande perigo.
Depois do pressing no arranque da partida, o Benfica começou a encolher-se devido ao assédio do Liverpool. As exibições apagadas de Di María e Aimar contribuíram decisivamente, bem como o cansaço em alguns jogadores. Resta saber que factura vai a equipa de Jorge Jesus pagar no regresso ao campeonato, na terça-feira frente ao Sporting.
O treinador do Benfica confirmou as suspeitas que pairavam sobre o seu onze e apostou em Sidnei e Amorim na defesa, em detrimento de Maxi Pereira e Fábio Coentrão. As mudanças no sector recuado fizeram o edifício encarnado estremecer quando era colocado sob pressão. E foi grande o assédio de Torres, Kuyt e companhia.
O Liverpool quase não criou lances de perigo, mas à primeira ocasião não perdoou. Tal como fizera no estádio da Luz. Aos 27’, Kuyt inaugurou o marcador, através de um cabeceamento na pequena área, após canto. O árbitro auxiliar deu indicação de falta sobre Júlio César, como os jogadores benfiquistas reclamaram, mas o holandês Bjorn Kuipers considerou o lance limpo.
Acto contínuo, o nervosismo cresceu no Benfica e surgiu o 2-0 para os reds. Quando estavam decorridos 34 minutos, Lucas isolou-se perante o guardião encarnado, na sequência de uma brilhante assistência de Gerrard, e teve a frieza necessária para assinar o 2-0. Sem capacidade física para reviravolta, o Benfica foi sempre subjugado por um Liverpool demasiado forte, provando a ambição de salvar uma época com um triunfo europeu.
Fernando Torres colocou um primeiro ponto final na eliminatória aos 58’, com oportunismo e eficácia, mas Cardozo ainda introduziu umas reticências ao reduzir para 3-1, na conversão de um livre, aos 68’. O paraguaio despede-se da Liga Europa como um dos melhores marcadores, a par de Pizarro (Werder Bremen), com nove golos.
Contudo, Fernando Torres voltou a encerrar as dúvidas e já diante de Moreira, face à substituição forçada de Júlio César, fez o 4-1 aos 82’. Anfield Road fez então a festa, perante um Benfica fatigado e sem forças para sonhar.
O Benfica volta agora à prioridade do campeonato, onde encontrará o Sporting na terça-feira. Foi a primeira vez que o Benfica sofreu quatro golos esta época. Que consequências poderá este jogo ter no derby?
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