O treinador Jesualdo Ferreira evitou hoje comparações com o “amigo” e novamente rival Jorge Jesus, admitindo igualmente admiração por Ricardo Quaresma, sem revelar se o quer ver no Santos.
“Eu e o Jorge Jesus somos amigos e dos mais titulados em Portugal. Fomos adversários muitas vezes. Tenho consideração e estima muito grande por ele. Conheço as suas qualidades. É muito competente, obstinado, sabe o que quer”, resumiu, referindo-se ao treinador do Flamengo.
Jesualdo Ferreira, que falava durante a sua apresentação como treinador do Santos, do Brasil, contornou paralelismos com o técnico campeão do ‘Brasileirão’, preferindo que sejam os outros a fazê-lo depois de se focarem em si e no seu trabalho.
“Já viram Jesus e aguardem uns tempos para me verem a mim e tirar conclusões. Tem a sua forma e estilo, goste-se ou não. Eu não tenho nada a ver. Sou mais velho. Ele tem mais cabelo. Ele tem uma forma de ver o futebol muito parecida, mas há detalhes que não são iguais”, acrescentou, esquivando-se a comparações.
A derradeira questão da conferencia de imprensa que durou cerca de uma hora, teve a ver com Ricardo Quaresma, futebolista com 36 anos com quem trabalhou no FC Porto e que atualmente representa os turcos do Kasimpasa.
“Os adeptos femininos andam loucos com o Ricardo? É uma referência muito importante na minha vida e eu na dele. Juntos, ganhámos bastante coisas. Fez no FC Porto a melhor época da sua carreira. Ele sabe isso. É campeão Europeu por Portugal. Tem uma personalidade muito especial”, disse.
Sem revelar se está interessado na sua contratação, como avança a imprensa brasileira – “também já percebi que há uma grande onda nas redes sociais, com muitas mulheres a comentar” -, Jesualdo Ferreira foi pródigo em elogios ao seu antigo pupilo.
“Um talento que foi crescendo ao longo da sua vida e marcou de forma clara o futebol português, pela sua genialidade. Não falei nada com a direção sobre o Ricardo. Provavelmente vamos falar dele, mas não mais do que isso”, assumiu, sem esclarecer se é um desejo para a sua equipa.
Rui Águas, António Oliveira e Daniel Gonçalves serão os adjuntos do ‘professor’, numa equipa técnica completada pelo preparador físico José Pedro Pinto e pelo analista de desempenho Pedro Bouças.
“Estes são os meus companheiros. Vamos para a luta e espero ganhar”, vincou, admitindo ter recebido há cinco anos o primeiro convite para orientar o Santos, desafio que não pôde aceitar.
“Não tinha tido a oportunidade de treinar no Brasil, surgiu agora. Estou aqui de corpo e alma aberto a tudo o que possa acontecer. Com grande vontade de fazer bem. O Sampaoli fez um trabalho notável no ano passado, mas chegou a hora do Santos iniciar uma nova história”, ajuntou.
Aos 73 anos, negou que estava determinado a reformar-se quando surgiu o convite, realçando a vontade que tem de conquistar títulos pelo clube que imortalizou Pelé.
“Não estava reformado. Só o estamos quando não temos capacidade ou quando ninguém nos reconhece capacidade. Tenho experiência e sabedoria. A idade é apenas um dado no BI”, avisou.
O presidente do Santos, José Carlos Peres, destacou o “dia importante” para o Santos, ofertando ao português a camisola 10 com o seu nome, “pois o papel do técnico é tão ou mais importante do que qualquer jogador”.
O dirigente quer mais do que o segundo lugar no campeonato, que foi conquistado pelo Flamengo de Jorge Jesus, avisando para o necessário “período de adaptação” de Jesualdo à realidade brasileira, a duas semanas de começarem os jogos oficiais.
“Tenho plena certeza da experiência e bom humor do professor, uma pessoa fantástica. Está toda a gente a apaixonar-se por ele. Precisamos do apoio de todos, pois vamos ter competições difíceis”, concluiu.
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