Vinte e um árbitros cabo-verdianos de categoria nacional e internacional concluem hoje uma ação de formação de cinco dias na Cidade da Praia, ministrada por instrutores técnicos da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) sob a coordenação do especialista da FIFA, Carlos Henriques.
Deste lote de formação que a instância máxima do futebol mundial organiza anualmente em todos os países membros, constam nove árbitros internacionais e 12 nacionais em representação de praticamente todos os concelhos do país.
Os antigos árbitros cabo-verdianos, Manuel Duarte e Alexandre Mendes desempenham as funções de instrutores técnicos, enquanto Ramiro Fernandes e Manuel “Preta” Borges assumem o papel de instrutores físicos.
Em declarações à Inforpress, o antigo árbitro internacional cabo-verdiano Manuel Duarte revelou que o programa abarca as vertentes teórica e prática, envolvendo análises de vídeo, testes, questões aos árbitros, tendo ressalvado que em termos técnicos os árbitros cabo-verdianos "estão à altura" de ombrearem com qualquer árbitro deste continente.
Duarte considera que deste universo de 21 integrantes, cerca de 70 por cento vão ultrapassar o teste físico realizado no Estádio da Várzea e considerado pelos árbitros como sendo “uma das grandes preocupações” por ser "muito exigente", facto que veio a agravar-se ainda mais com o forte calor que se fez sentir por esses dias na Cidade da Praia.
Manuel Duarte mostra-se, entretanto, apreensivo pelo facto de Cabo Verde ter estado a "perder terreno" a nível da arbitragem africana, razão pela qual alerta a classe dos árbitros a trabalhar muito, sobretudo o aspeto físico, para que o país volte a estar representado nos grandes jogos, tanto da CAF como da FIFA.
“Eu fico triste porque em outros tempos conseguimos estar no grupo de elite da CAF, arbitrávamos jogos de apuramento para o Campeonato do Mundo, Campeonato Africano das Nações (CAN) e Liga dos Campeões Africanos, mas hoje estamos limitados a ajuizar jogos dos preliminares da Liga dos Campeões e da Taça CAF”, lamenta Manuel Duarte.
Ainda assim, diz estar convicto de que “Cabo Verde tem material humano, pelo que resta aos árbitros trabalharem para lá chegar”.
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