A diretora do departamento de futebol feminino da FIFA, Sarai Bareman, aconselhou hoje a seleção portuguesa a acreditar em si mesma para conseguir uma boa estreia no Campeonato da Europa de futebol, que decorre na Holanda, em julho.
Na sequência da sua palestra no ciclo de conferências Football Talks, que decorre até sexta-feira no centro de congressos no Estoril, a dirigente enalteceu "o momento fantástico" que o futebol feminino vive em Portugal.
"É tempo de mostrarem o que é possível para Portugal. Vimos isso na equipa masculina e para a equipa feminina diria para acreditar a cem por cento em si mesma, na sua capacidade, na sua paixão, para se aplicar ao máximo e dar cem por cento do primeiro ao último minuto. Que as jogadoras acreditem nelas próprias", afirmou.
Sarai Bareman considerou o apuramento inédito da seleção portuguesa para o Europeu "o primeiro passo" para a difusão da modalidade entre as raparigas, adiantando inclusivamente que irá assistir a um jogo da ‘equipa das quinas’ no torneio. Contudo, avisou a formação orientada pelo selecionador Francisco Neto para a "pressão" que existe sempre em torno de um estreante.
"É difícil para qualquer equipa atingir pela primeira vez uma competição de topo. Há muita pressão. Diria que com o apoio dos adeptos portugueses e com uma preparação intensa da equipa técnica para o torneio, espero que se saiam bem. É importante que o povo português esteja ao lado da equipa", explicou.
A responsável do futebol feminino na FIFA expressou ainda a sua esperança de ver este crescimento reconhecido por toda a sociedade.
"Não podem ser só as pessoas do futebol a falar da equipa, tem de ser o país. É mais do que apenas resultados em campo, é algo muito maior. É a primeira vez de Portugal num Europeu de futebol feminino e isso precisa de ser reconhecido", apontou.
Como consequência desta fase, Sarai Bareman apelou à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para aproveitar para introduzir o futebol entre as jovens.
"É importante usar este momento para desenvolver o futebol feminino ao nível dos clubes e das suas camadas jovens", disse, sublinhando a premência da criação de mais academias.
Finalmente, a dirigente da FIFA vincou a sua convicção de ver um dia o futebol feminino atingir uma maior igualdade salarial com o futebol masculino, ao salientar os crescentes movimentos pela igualdade de condições entre géneros e que o futebol não deve viver ‘divorciado’ do mundo empresarial.
"Se há mulheres que estão a jogar futebol todos os dias, a darem o máximo e a fazerem do futebol a sua vida, então precisam de ser valorizadas pelo que estão a fazer. É importante que o seu salário reflita isso", concluiu.
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