O arquitecto Gustavo da Cunha assegura ter financiamento para o
projecto urbanístico no Estádio de São Luís, em Faro, uma verba que
permitirá ao clube algarvio arrecadar verbas para pagar dívidas de 10
milhões de euros.
O projecto urbanístico e comercial foi apresentado à Câmara de Faro no início de Março, depois de dois concursos de venda do recinto desportivo, localizado no centro da capital algarvia, terem fracassado.
“Lideramos um sindicato de investidores, fundos de investimento imobiliário sedeados em Portugal, cujas posições estão já consolidadas neste projecto”, revelou Gustavo da Cunham, em declarações à agência Lusa.
Embora o presidente da autarquia, Macário Correia, tenha recebido em Março a maqueta - que contempla pelo menos um hotel de cinco estrelas, clínicas, cinemas e apartamentos de luxo nos terrenos com quase 20 mil metros quadrados ocupados actualmente pelo estádio - e considere tratar-se de “uma solução, uma luz ao fundo do túnel”, o autarca mostra-se céptico em relação aos promotores.
“Até hoje não vi ninguém com uma proposta concreta, não preciso de papel e de tábua”, adiantou.
Gustavo da Cunha garante, todavia, estar “em condições para avançar” e confirma a existência de “conversações” entre a autarquia, dona do estádio, e a direcção do Sporting Clube Farense.
“A bola, neste momento, não está do nosso lado, aguardamos que o advogado ou o presidente do Farense façam chegar até ao nosso advogado uma série de documentos que permitam o início da negociação e a elaboração de minutas de contrato”, fez notar.
António Barão, presidente do clube, admite o atraso e até diz estar “esperançado” quanto ao sucesso do negócio, pois entende que “o futuro do Farense depende do pagamento do seu passivo”.
Tal como Macário Correia, António Barão também quer saber “quem efectivamente está a aplicar o dinheiro neste projecto”.
Segundo Gustavo da Cunha, os gestores dos fundos de investimento que representa têm “intenções firmes” de aplicar as verbas necessárias à execução do projecto, que, na sua opinião, “será o mais importante da capital algarvia”.
“Estamos a fazer intervenções deste tipo em vários clubes do país, nomeadamente com o União de Coimbra, uma vez que é útil para os clubes e para as cidades”, fez notar.
No caso de Faro, revelou, “foi o próprio presidente da Câmara que nos contactou no início do ano”.
Há mais de um ano que o Farense tenta a venda do Estádio de São Luís para pagar as dívidas e tentar recuperar da suspensão da equipa profissional de futebol, decretada em 2005 pela então Sociedade Anónima Desportiva.
A competir agora na série F da III Divisão Nacional, a equipa principal do clube algarvio joga, neste domingo, no Estádio de São Luís, uma partida decisiva frente ao Cova da Piedade, na qual uma vitória poderá carimbar a subida à II Divisão.
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