O administrador de insolvência confirmou hoje que a assembleia de credores do Santa Clara foi adiada para 14 de março a pedido do Banif, principal credor, numa ação em que a divida reclamada ultrapassa os sete milhões de euros.
«O montante total são à volta de sete milhões de euros, o grosso da dívida é do Banif, num total superior a quatro milhões de euros», disse Manuel Bacalhau, à saída da reunião de credores no Tribunal de Ponta Delgada.
O Banif solicitou o adiamento, alegando que só ontem chegou aos credores o relatório com o plano de recuperação e, por isso, nada ficou decidido na Assembleia de credores desta tarde.
O administrador de insolvência espera que os credores não fechem as portas ao clube que na sua ótica tem tido um desempenho positivo.
«Não têm vindo a delapidar património, não têm tido resultados negativos, têm tido resultados positivos e com isso vão acumulando tesouraria e vão ganhando capacidade financeira para fazer face ao endividamento desde que ele seja modificado», admitiu Manuel Bacalhau.
O presidente do Santa Clara SAD, Mário Batista, não adianta para já pormenores acerca do plano de pagamentos a propor aos credores, mas está convencido que no final do processo o Clube Desportivo Santa Clara vai manter as portas abertas.
«Há todo o interesse em criar as condições, digamos de Troika, entre a instituição financeira Banif, SAD e Clube Desportivo Santa Clara no sentido de haver uma solução global que possa garantir naturalmente a vida do clube», assumiu Mário Batista.
O presidente do Santa Clara SAD já pediu um parecer à Liga de Clubes para saber se em caso do Clube Desportivo Santa Clara ir à falência o que acontece à equipa de futebol sénior a competir na II Liga de futebol e integrada no Santa Clara SAD.
«Ainda não existe jurisprudência sobre isso porque quando se faz uma SAD num ambiente desportivo, o clube é sempre o sócio fundador e de facto existe esta dúvida jurídica, se por qualquer motivo o clube desaparecer o que é que acontece à SAD. Já foi pedido um esclarecimento à Liga de clubes e neste momento o que posso dizer é que não recebemos qualquer parecer jurídico sobre esse assunto», afirmou Mário Batista.
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