O acordo para o patrocínio da II Liga pela empresa chinesa Ledman tem por base a formação de jogadores e técnicos e os clubes “têm a última palavra”, disse hoje o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
“Obviamente que não há obrigatoriedade de jogadores jogarem minutos. Aquilo que existe neste princípio de acordo – e volto a dizer que é um princípio de acordo que tem de ser ratificado em sede de direção da Liga – é uma grande vontade de podermos dar formação a treinadores, a técnicos, como também a jogadores”, afirmou Pedro Proença aos jornalistas em Macau, onde concluiu uma visita à China.
Já esta semana, a negociação do acordo para o patrocínio da II Liga portuguesa de futebol motivou polémica, depois de o presidente da Ledman, a multinacional chinesa que deverá patrocinar a competição, ter dito que que os dez melhores clubes da II Liga passarão a receber todos os anos um jogador chinês.
Hoje, em resposta a uma questão sobre o modelo da vinda de jogadores chineses para os clubes portugueses, Pedro Proença afirmou o poder de decisão pertence aos clubes.
“Eu gostaria que se mudasse o conceito, porque não se vai abrir a porta para eles irem jogar. Qualquer posicionamento que se possa ter relativamente a estes novos atores é um posicionamento formativo. São os clubes que têm a última palavra relativamente a este sistema”, disse.
Pedro Proença insistiu que são os clubes “que dizem se querem ou não querem este sistema, se estão abertos ou não a dar formação a estes novos técnicos, a estes novos jogadores, a potenciar estas capacidades, e portanto, Portugal e a liga portuguesa irá desempenhar um papel formativo e se os clubes assim o entenderem”.
Questionado sobre o valor do negócio, Pedro Proença disse que o acordo “não representa uma receita direta para os clubes”.
“Aquilo que representa é que nós vamos criar condições para que a II Liga possa ter uma sustentabilidade e ter sustentabilidade significa pagar todo um custo de estrutura, que tem de ser pago pela Liga. Aquilo que se pretende é ter uma II Liga que seja atrativa, e ela já é competitiva, e que os clubes possam desenvolver a sua atividade”, salientou.
Com sede em Shenzhen, uma das mais prósperas cidades chinesas, situada junto a Hong Kong, a Ledman é especializada no fabrico de painéis publicitários de alta resolução, utilizados sobretudo em estádios de futebol.
É ainda patrocinadora das duas principais ligas de futebol da China e tem uma participação de 25 milhões de euros na Infront Sports & Media, empresa suíça que detém os direitos de transmissão dos jogos do Mundial da modalidade.
O acordo prevê ainda que aquela companhia passe a deter os direitos de imagem dos jogadores a atuar na II liga - que se passará a chamar Ledman LigaPro - e os direitos de publicidade dos jogos.
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