Lionel Messi entrou para a 47.ª Copa América vazio em matéria de títulos pela principal seleção Argentina, mas, apenas três anos volvidos, chega à 48.ª com todos os títulos no palmarés.

As sucessivas frustrações, e os ‘quase’, das edições 2007, 2015 e 2016 da Copa América ou do Mundial de 2014, abalaram-no, mas não o fizerem desistir e o prémio para a sua resiliência traduziu-se na Copa América de 2021, na Finalíssima de 2022 e, ‘cereja no todo do bolo’, no Mundial de 2022.

Aos 36 anos, Messi vai, assim, enfrentar a sua sétima Copa América consecutiva, desde 2007, já sem a urgência, a pressão de ter de ganhar, e com o estatuto de ‘intocável’, de incontestável figura número um do futebol mundial.

Durante anos, os ‘haters’ foram-lhe ‘atirando à cara’ o ‘zero’ no capítulo de títulos pela Argentina, desvalorizando sempre as vitórias no Mundial de sub-20 (2005) ou o ouro nos Jogos Olímpicos Pequim2008, mas, com as três recentes conquistas, acabaram os argumentos, pelo menos os válidos.

O argentino superou o português Cristiano Ronaldo na luta pelo ‘título’ de melhor da sua geração - numa discussão que fechou em definitivo após o Mundial de 2022 - e é mesmo considerado por muitos, cada vez mais, o melhor jogador da história do futebol, o denominado ‘G.O.A.T’.

Messi tem os títulos, os coletivos e os individuais, em quantidades ‘industriais’, e, acima de tudo, um futebol que encanta, que inspira, que contagia, e é muito mais do que números, ainda que seja ‘absurdo’ o seu número de golos e assistências.

Só ao serviço da Argentina, o atual jogador do Inter Miami totaliza 108 golos e 55 assistências, em 182 jogos, três registos em que é o melhor da história da seleção que ajudou a somar a terceira estrela, o terceiro cetro mundial, depois dos arrebatados em 1978 e 1986.

No coração dos argentinos, Messi fez o impensável: ganhou um lugar ao lado do malogrado Diego Armando Maradona, o homem que, ‘sozinho’, levou os argentinos ao ‘colo’ até ao título Mundial de 1986, no México, com um futebol igualmente pautado pela arte, sendo promovido para todo o sempre a ‘D10S’.

Depois de ganhar tudo, o jogador nascido em Rosario em 24 de junho de 1987 vai agora desfrutar, ele que é acarinhado por todos, de colegas de equipa a adeptos, passando inclusivamente pelos adversários, numa Copa América em que pode continuar a fazer história.

O ‘10’ argentino, que contabiliza 13 golos e 17 assistências em 34 jogos na prova, procura, em primeira instância colocar a Argentina no topo do ranking de vencedores, pois a ‘albi-celeste’ pode somar o 16.º cetro, deixando para trás os 15 do Uruguai.

Em termos individuais, Messi pode somar o segundo título consecutivo de melhor marcador e o terceiro de melhor jogador, sendo que, partindo do sétimo lugar, tem a possibilidade de chegar a líder dos melhores marcadores da competição.

Messi soma 13 golos, apenas menos quatro do que os 17 do compatriota Norberto Méndez e do brasileiro Zizinho, sendo que, pelo meio, tem o peruano Paolo Guerrero e o chileno Eduardo Vargas, que somam 14 e estarão nos Estados Unidos.

No que respeita a encontros disputados, o argentino fará história logo no jogo de abertura, em Atlanta, face ao Canadá, pois, atuando, disputará o 35.º encontro e ficará a solo no primeiro lugar, deixando para trás o chileno Sergio Livingtone, que totalizou 34 encontros entre 1941 e 1953.

Em matéria de assistências, já nada tem de fazer, pois os 17 passes para golo são já recorde da história da Copa América, competição que se joga desde 1916.

Lionel Messi é, indiscutivelmente, a grande ‘estrela’ da 47.ª edição da Copa América em futebol, a segunda que se realiza fora da América do Sul, nos Estados Unidos, que acolhe a competição desde quinta-feira e até 14 de julho.