A solução para a seleção portuguesa de sub-21 “ir longe” no Europeu da categoria “não será só o ataque nem a defesa, mas a equipa toda”, observou hoje o futebolista Vitinha, rejeitando estabelecer uma meta individual de golos.

“Se o ataque estiver muito bem, mas a defesa e o meio-campo não estiverem, será muito difícil ou até quase impossível conquistar o título. Todos somos e vamos ser importantes, desde o ‘onze’ que inicia [o jogo] até aos suplentes, pelo que temos de estar no máximo”, frisou o avançado dos franceses do Marselha, de 23 anos, em conferência de imprensa.

Na sessão matinal, decorrida na Cidade do Futebol, em Oeiras, o selecionador Rui Jorge contou com 22 dos 24 convocados sem limitações, ao passo que o avançado Francisco Conceição, dos neerlandeses do Ajax, treinou de forma condicionada e Fábio Vieira, dos ingleses do Arsenal, foi autorizado a juntar-se ao grupo a partir da próxima quarta-feira.

“Não tenho uma meta de golos a atingir no Europeu. Quero ajudar a equipa e, se puder fazer assistências ou golos, melhor ainda. Se não, irei ajudar de outra forma e dar o meu melhor nos jogos e treinos. O meu objetivo pessoal é demonstrar toda a minha qualidade nas oportunidades que tiver”, assumiu Vitinha, autor de três tentos em quatro duelos de qualificação e de um nos últimos dois particulares, globalmente como suplente utilizado.

O dianteiro chegou ao estágio “cheio de vontade de trabalhar” e acompanha Pedro Neto, Francisco Conceição, Henrique Araújo e Fábio Silva nas opções ofensivas de Rui Jorge, que está privado do avançado do Benfica Gonçalo Ramos, melhor marcador absoluto do apuramento, com 12 golos em 10 embates, e alvo de nova chamada à seleção principal.

“Toda a gente o conhece e sabe da sua capacidade e qualidade. É um jogador acima da média. Não temos o Gonçalo Ramos aqui, mas temos outros jogadores que, sem dúvida, vão estar preparados e irão trabalhar para que não se faça sentir essa diferença”, notou.

A 24.ª edição do campeonato da Europa de sub-21 vai ser disputada em três cidades da Geórgia e duas da Roménia, de 21 de junho a 08 de julho, com Portugal ainda em busca do seu primeiro êxito nesta categoria, após as derrotas nas finais de 1994, 2015 e 2021.

A equipa das ‘quinas’ cumprirá os três desafios do Grupo A na capital da Geórgia, Tbilisi, sempre às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), defrontando os anfitriões, que se estreiam na prova (21 de junho), os Países Baixos, campeões em 2006 e 2007, (24) e a Bélgica (27).

“Somos candidatos, mas, para isso, temos de dar o melhor e de mostrá-lo em campo. É mesmo nesse registo de pensar jogo a jogo que estamos a trabalhar. Estratégia contra a Geórgia? Passará muito pela nossa forma de trabalhar no máximo, mantendo as nossas origens e fazendo o que temos feito agora na preparação”, sugeriu Vitinha, que deixou o Sporting de Braga em janeiro para ter a primeira experiência fora do país em Marselha.

Portugal precisa de terminar numa das duas primeiras posições da ‘poule’ para aceder à fase seguinte do Europeu de sub-21, que reúne 16 finalistas pela segunda vez seguida e cuja decisão está prevista para 08 de julho, na Adjarabet Arena, em Batumi, na Geórgia.

Em disputa vão estar ainda três vagas para os Jogos Olímpicos de Paris2024, das quais se excluem a França, apurada automaticamente como anfitriã, e a Inglaterra, inelegível.

“Da mesma forma que a temporada foi longa para nós, também foi assim para as outras seleções. Temos de descansar bem e estar preparados em cada jogo para dar o nosso máximo”, finalizou Vitinha, que somou dois golos em 16 partidas pelo Marselha, terceiro colocado da Ligue 1, após duas épocas e meia no conjunto sénior do Sporting de Braga.