Um ‘chapéu’ do checo Karel Poborsky, que viria a ser estrela no Benfica, afastou Portugal nos ‘quartos’ do Europeu de futebol de 1996, na segunda presença lusa, 12 anos volvidos, e primeira aparição da apelidada ‘geração de ouro’.
Os campeões mundiais de juniores de 1989 e 1991, de Figo a Rui Costa, mais João Vieira Pinto, Fernando Couto ou Paulo Sousa, lideraram Portugal, que, após uma fase de grupos bem conseguida, caiu ao primeiro jogo a eliminar, em Inglaterra.
Num jogo ‘fechado’, os checos superiorizaram-se graças à classe de Poborsky, com um ‘chapéu’ que deixou Vítor Baía ‘pregado’ ao relvado e arrumou a formação das ‘quinas’, que teve, assim, um regresso com sabor a pouco.
Portugal chegou aos ‘quartos’ após uma fase de grupos ultrapassada em grandes dificuldades, com um empate 1-1 face à detentora Dinamarca, a abrir, um 1-0 à Turquia, no segundo jogo, e um 3-0 às ‘reservas’ da já apurada Croácia, e fechar.
A formação das ‘quinas’ venceu o Grupo D e evitou a Alemanha, mas caiu face à República Checa, por culpa do tal golo de Poborsky, aos 53 minutos – curiosamente, a final viria a ser entre alemães e checos, com triunfo dos primeiros, por 2-1, graças a um ‘golo de ouro’ de Oliver Bierhoff.
A aventura lusa em terras de sua majestade, 30 anos após o ‘bronze’ dos ‘magriços’, liderados pelo ‘rei’ Eusébio, no Mundial de 1966, começou em 09 de junho, em Sheffield, onde a Dinamarca se adiantou, aos 22 minutos, por Brian Laudrup, para, aos 53, Sá Pinto restabelecer a igualdade.
Em Nottingham, no segundo jogo, face a uma Turquia que havia perdido com a Croácia (golo de Vlaovic, aos 85 minutos), Portugal ganhou, com naturalidade, graças a um tento do central Fernando Couto, aos 66 minutos.
Como no mesmo dia bateram a Dinamarca, por 3-0, selando o apuramento, os croatas pouparam-se na ronda que fechou o agrupamento e Portugal aproveitou, vencendo por três golos sem resposta, apontados por Figo, João Vieira Pinto e Domingos.
Nos ‘quartos’, o selecionador luso António Oliveira não encontrou, porém, soluções para ultrapassar a teia dos checos, que não deixaram Portugal jogar, nem mesmo quando, já perto do fim, aos 81 minutos, ficaram com 10, por expulsão de Latal.
Na qualificação, Portugal apenas selou o apuramento no último jogo: bastava o empate, mas a equipa lusa venceu a República da Irlanda por 3-0 (golos de Rui Costa, Hélder e Cadete), na Luz, sob muita chuva, em 15 de novembro de 1995.
Num grupo acessível, ainda com Irlanda do Norte, Áustria, Letónia e Liechtenstein, Portugal apenas perdeu em Dublin (0-1, num lance infeliz de Vítor Baía) e cedeu dois empates (1-1 com a Irlanda do Norte e na Áustria).
Destaque ainda para as duas goleadas ao ‘pobre’ Liechtenstein (1-40 em golos, no Grupo 2): 8-0 na Luz e 7-0 em Eschen.
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