10 de julho de 2016. O dia mais importante da história do futebol português aconteceu há precisamente cinco anos, quando um remate de Éder, o herói improvável, permitiu a Portugal vencer a anfitriã França (1-0) na final do Euro 2016, que valeu o primeiro troféu oficial da história à seleção principal portuguesa. Ainda se recorda como tudo aconteceu?
Em pleno Stade de France, cerca de 60 mil franceses ficaram 'congelados' ao ver Éder, na altura jogador do Lille, chegar ao golo no prolongamento, depois de Cristiano Ronaldo ter saído lesionado na primeira parte. A França tinha ganho as duas finais que tinha tido em casa e perdeu com Portugal, que nunca tinha vencido os gauleses em jogos oficiais. Melhor final era impossível.
A comitiva francesa dominou grande parte do encontro, e sem a estrela da companhia tudo parecia mais complicado, mas os 11 portugueses uniram-se dentro de campo porque queriam vencer mesmo sem a grande referência.
Noventa minutos não chegaram para desatar o nulo e houve necessidade de se jogar um prolongamento. E, de repente, Éder, que tinha substituído Renato Sanches a 12 minutos dos 90, passou de 'patinho feio' a campeão da Europa. Aos 109 minutos, o avançado recebeu de Moutinho sobre a esquerda, aguentou Koscielny, ganhou espaço e disparou do meio da rua, rasteiro e certeiro, para o fundo da baliza de Hugo Lloris. Depois foi aguentar até ao apito final, que viria confirmar o capítulo mais bonito da história do futebol português.
Foi há cinco anos, mas parece que foi ontem.
Éder: De ‘patinho feio’ a herói de 11 milhões num único remate
Éderzito António Macedo Lopes, avançado, internacional português e, há precisamente cinco anos, novo herói nacional no campo do futebol. O jogador do Lokomotiv Moscovo entrou na convocatória de Fernando Santos como um ‘patinho feio’. A sua escolha foi muito contestada, mas o selecionador nacional defendeu o avançado como fez com todos os 23 jogadores que levou para França.
Fora das escolhas para o onze inicial, Éder esteve em França como uma opção de ataque para os confrontos em que fosse preciso mais ‘poder de fogo’. No Europeu de França, a estreia do avançado decorreu logo no primeiro encontro da fase de grupos. Frente à Islândia, Fernando Santos lançou o jogador a cinco minutos do fim quando Portugal empatava 1-1 com a equipa nórdica. Sem muito tempo, a presença de Éder não se fez notar na formação lusa.
Com um empate no seu jogo inaugural, Portugal voltou a empatar na segunda jornada da fase de grupos. Frente à Áustria, à semelhança do que tinha acontecido com a Islândia, Éder voltou a ser lançado a poucos minutos do final do encontro na esperança de conseguir um golo, mas sem efeito. Portugal não fez balançar as redes da equipa austríaca e Éder continuava sem fazer golos no Europeu.
No derradeiro encontro da fase de grupos não houve lugar para o avançado no escaldante Portugal 3-3 Hungria. Nani e um 'bis' de Ronaldo fizeram os três tentos da equipa lusa em França para garantir um apuramento puxado a ferros, mas longe dos ‘tubarões’ da Europa.
Fase a eliminar em branco até… à final
Éder ficou de fora dos três jogos que deram acesso à final do Campeonato da Europa. Nas eliminatórias contra Croácia, Polónia e País de Gales, o jogador não foi opção e apenas no jogo da final frente à anfitriã França é que o camisola 9 voltou a ser lançado por Fernando Santos.
No derradeiro jogo, Portugal sentiu um duro revés ao perder Cristiano Ronaldo ainda na primeira parte. O capitão sofreu uma entrada dura de Payet e ficou de fora do jogo com uma lesão no joelho. Num encontro que terminou 0-0 nos 90 minutos, Portugal viu Éder entrar aos 79 minutos para o lugar de Renato Sanches.
Apesar de não ter tido muitas oportunidades, o avançado português foi decisivo no controlo de bola, uma vez que ganhou praticamente todas as bolas que disputou no ar. Ainda assustou com o golo na sequência de um canto, mas Lloris defendeu.
O guardião francês não conseguiu, no entanto, parar o remate que, aos 109 minutos, colocou Portugal na frente e a poucos minutos de ser campeão da Europa. O poderoso tento foi marcado por Éder com um grande remate de fora da área depois de uma jogada de entendimento da equipa lusa.
Reveja o momento do golo de Portugal na final do Euro
Até ao final não houve alterações no marcador e Portugal sagrou-se campeão da Europa pela primeira vez à boleia do remate de Éder. O capítulo mais bonito da história do futebol português faz hoje cinco anos e ainda ninguém se esqueceu do que foi conquistado em Paris.
A mais bela história do futebol português, segundo Fernando Santos
Fernando Santos, o ‘engenheiro’ do Euro, foi, porventura, o único a acreditar que a Seleção regressaria a Portugal a 11 de julho (um dia depois da final) em festa. Tanto acreditou que o disse, em conferência de imprensa, numa altura em que Portugal havia somado dois empates em dois jogos na fase de grupos. Na altura, como é óbvio, poucos o devem ter levado a sério. Hoje, precisamente cinco anos depois da conquista da Taça, continua a ser a mais bela profecia do futebol português.
De resto, todas as frases de Fernando Santos são o resumo perfeito da campanha lusa em França. Da fé, da confiança, da perseverança... Será difícil encontrar melhor manual de como ganhar contra tudo e contra todos. O SAPO Desporto reuniu dez desses momentos.
Dez frases marcantes de Fernando Santos no Euro2016:
- Depois de dois empates na fase de grupos: "Já avisei a minha família que só vou dia 11 de julho para Portugal. Vou ficar cá muito tempo tempo... Só vou dia 11 para Portugal. E vou chegar lá e vou ser recebido em festa"
- Sobre Ronaldo, antes do sucesso: "Um dia o Ketchup vem de vez"
- Depois do terceiro empate na fase de grupos, frente à Hungria: "Queria um pássaro na mão e não dois a voar. Não sou maluco"
- Sobre o jogo com a Croácia, dos oitavos de final: "Não achei aborrecido. Aborrecido foi para os croatas, que foram para casa"
- Ainda sobre a vitória frente à Croácia: "Quando for preciso vai ser assim, não brinco. Eu quero é ganhar. Claro que quero que a minha equipa jogue bem, mas à maluca não. À bola já não jogamos mais."
- Sobre a crença: "Acreditem tanto como os meus jogadores, porque eles vão morrer em campo para darem uma alegria ao povo português"
- Depois da conquista do Europeu: "Desta vez não digam que foi demérito dos outros porque já cansa um bocadinho".
- Sobre Ronaldo na final: "Por duas vezes tentou e por duas vezes não conseguiu continuar. E depois foi tremendo no balneário e no banco. É um grande capitão"
- Sobre Éder: "O patinho feio tornou-se bonito"
- Depois da conquista da Taça: "Fomos simples como pombas, prudentes como serpentes"
De Marcousis a Paris: Recorde a caminhada de Portugal até ao título
Fase de grupos, Portugal 1-1 Islândia: Arranque ‘frio’ frente aos nórdicos
Apesar do título europeu, a verdade é que Portugal não teve um arranque fácil na fase de grupos da competição. Num grupo com Áustria, Islândia e Hungria, a seleção orientada por Fernando Santos começou a prova contra a formação nórdica.
Em estreia numa fase final de uma grande prova, a Islândia surgia como a equipa com menos renome e longe de estar apontada a uma passagem à fase seguinte. No entanto, frente a Portugal, o conjunto nórdico mostrou-se a bom nível.
Fernando Santos delineou aquele que seria o esquema tático para o resto da prova. Rui Patrício foi o eleito para a baliza defendida por um quarteto de defesas composto por Vieirinha, Pepe, Ricardo Carvalho e Raphael Guerreiro. No meio-campo, Danilo Pereira foi o jogador mais recuado enquanto Moutinho, João Mário e André Gomes ocupavam as restantes posições. Na frente de ataque, Ronaldo aliou-se a Nani para atacar a defesa islandesa.
Portugal esteve longe de ser uma equipa afirmativa e dominadora, apesar de ter tido maior iniciativa. Ao minuto 31, André Gomes serviu Nani no interior da área e o camisola 17 abriu o ativo, colocando a turma lusa em vantagem, vantagem essa que levou para os balneários.
No entanto, a equipa nórdica chegou ao empate aos 50 minutos, com um golo de Bjarnason, que estava sozinho na área, num lance em que Pepe desocupou a posição e confundiu a marcação de Vieirinha ao adversário islandês.
O ‘gelo’ instalou-se em Saint-Etiénne e Portugal começou a sua jornada atrás de um resultado positivo. As entradas de Quaresma, Éder e Renato Sanches aumentaram o caudal ofensivo, mas sem produzirem o resultado desejado: o golo.
Com mais de 60% de posse de bola e várias oportunidades para faturar, Portugal não conseguiu ultrapassar a Islândia e terminou o seu primeiro jogo em solo francês com um empate 1-1.
Fase de grupos, Portugal 0-0 Áustria: Tanto o cântaro foi à fonte que voltou vazio
Na segunda jornada do grupo F, Portugal procurava conquistar a sua primeira vitória no Europeu. Depois de um empate frente à Islândia, a seleção orientada por Fernando Santos voltava a entrar como favorita face ao outro candidato ao apuramento para os 'oitavos', a Áustria.
Com duas alterações em relação à estreia, Portugal apresentou-se com Rui Patrício na baliza à frente de um quarteto defensivo montado por Raphael Guerreiro, Ricardo Carvalho, Pepe e Vieirinha. No meio-campo, William Carvalho substituiu Danilo Pereira enquanto André Gomes e Moutinho mantinham a titularidade. Na frente, Quaresma juntava-se a Ronaldo e Nani para atacar um resultado que se queria positivo.
No encontro entre favoritos, Portugal entrou mais forte, mas sofreu alguns sustos antes de assumir em completo o domínio do jogo. Ao longo da partida, a equipa lusa tentou por várias vezes chegar à liderança, mas sem acerto na baliza adversária - de destacar, também, várias intervenções de calibre protagonizadas por Almer, que fechou a baliza a sete chaves.
No meio do desperdício luso, houve até tempo para Ronaldo falhar uma grande penalidade. O português ganhou o castigo máximo (que até podia ter dado em expulsão para Almer), foi para a marca dos 11 metros e rematou... ao poste.
Até ao final, Portugal foi mantendo a baliza debaixo de cerco, mas sem sucesso em quebrar o enguiço do 0-0 que durou até ao apito final. Com dois empates em dois jogos, a equipa das quinas ainda tinha hipóteses de seguir em frente, mas complicou as contas.
Hungria 3-3 Portugal: Porque os golos são, efetivamente, como 'ketchup'
Na terceira e última jornada da fase de grupos, mais do que tática ou cabeça, foi preciso, acima de tudo, coração para chegar aos oitavos de final. Portugal esteve três vezes em desvantagem e por três vezes teve de correr atrás do resultado.
Numa primeira parte menos conseguida, Gera inaugurou o marcador aos 20 minutos, na sequência de um canto, mas Nani levou o jogo para intervalo empatado, na sequência de um remate de primeira aos 42’, surpreendendo Kiraly ao primeiro poste. Notava-se, contudo, a resposta da equipa aos apelos do técnico a um jogo, por vezes, mais feio e mais direto.
No segundo tempo, Renato Sanches entrou em campo, Ronaldo disse ‘presente’ e tudo começou a mudar para Portugal. Mas até lá ainda houve algum sofrimento à mistura. Dzsudzsák fez o 2-1 aos 47 minutos, pouco antes de CR7 fazer o primeiro golo do Europeu – Fernando Santos bem tinha avisado que o ‘ketchup’ haveria de aparecer - e empatar novamente a partida, num desvio com o calcanhar.
O mesmo Dzsudzsák voltaria a marcar, aos 55 minutos, e o mesmo Ronaldo voltaria a empatar, após cruzamento de Quaresma, que tinha acabado de entrar, fixando o resultado final (3-3) ao minuto 62. Na resposta, Dszuzsák voltou a assustar, mas desta vez o remate esbarrou no ferro da baliza de Rui Patrício. Portugal sofreu, lutou, mas ficou-se pelo terceiro empate em três jogos na fase de grupos.
Resultado: apuramento para os oitavos de final no terceiro lugar do Grupo F, atrás de Hungria e Islândia. Seguia-se a Croácia...
Oitavos de final, Portugal 1-0 Croácia (a.p.): Ao cair do pano, Quaresma evitou as grandes penalidades
Para o primeiro jogo a eliminar, diante da Croácia, Fernando Santos apostou praticamente na mesma equipa que empatara com a Hungria. A entrada de José Fonte para o lugar de Ricardo Carvalho foi a única alteração na equipa que alinhou com Rui Patrício na baliza, Pepe, José Fonte, Raphael Guerreiro e Cédric Soares na defesa e um meio-campo composto por Adrien Silva, William Carvalho, João Mário e André Gomes. Na frente, a dupla habitual de Nani e Ronaldo.
Num encontro muito tático e sem grandes oportunidades de golo, o ' miolo' foi um campo de batalha entre portugueses e croatas. Os esquemas táticos semelhantes colocaram alguma inércia no relvado com mais preocupação dos dois lados em anular o oponente. Com Adrien Silva a mostrar serviço – Modric ficou sem espaço e sem capacidade de influenciar devido à ação do português – Portugal teve menos posse de bola, menos remates, mas também não sofreu nenhum susto durante os 90 minutos.
No prolongamento, toda a ação estava reservada para a segunda parte. Já com Renato Sanches, Quaresma e Danilo em campo, Portugal viu Perisic acertar no poste da baliza de Rui Patrício quando faltavam menos de cinco minutos para o final do prolongamento. O suster de respiração pouco durou porque, na resposta, Renato Sanches levou a bola até à área croata onde Nani serviu Ronaldo para tentar o golo. O guardião defendeu o primeiro remate, mas não conseguiu evitar o golo de Quaresma numa recarga de cabeça.
A Croácia ainda tentou, nos minutos finais, chegar ao empate e levar o jogo para as grandes penalidades, mas sem sucesso: Portugal estava nos quartos de final do Campeonato da Europa.
Quartos de final, Polónia 1-1 Portugal (3-5 g.p.): A noite em que todos bateram bem
O encontro dos quartos de final foi mais um exemplar de jogos impróprios para cardíacos. A começar da pior forma. A Polónia abria o marcador logo aos 2 minutos, por Lewandowski, o pior que podia acontecer a uma equipa que demonstrava sérias dificuldades em marcar. Com Renato Sanches no onze – substituiu o lesionado André Gomes – Portugal tardava em ‘acordar’, sobretudo no meio-campo, permitindo a velocidade da formação adversária nas transições ofensivas.
Foi, precisamente, o ‘miúdo’, recém-oficializado como reforço do Bayern Munique, a restabelecer a igualdade no marcador, aos 33 minutos, num remate com o pé esquerdo após combinação com Nani. A bola ainda desviou em Krychowiak antes de ultrapassar Fabianski.
O jogo foi ficando mais lento, principalmente com a chegada do segundo tempo. Renato Sanches começava a dar provas de cansaço, enquanto Pepe limpava tudo o que era perigoso. Os golos, esses, teimavam em não aparecer.
No prolongamento, Ronaldo falhou uma oportunidade de chegar ao 2-1, após cruzamento de Eliseu, assim como a Polónia teve nos pés de Milik o momento mais alto daquela fase, com um remate ao lado da baliza de Rui Patrício. O espectro das grandes penalidades começava a ganhar forma.
E chegado o momento da verdade, Cristiano Ronaldo deu o mote: “Anda. Tu bates bem. Personalidade”. As palavras tiveram efeito em João Moutinho, mas não só. Renato Sanches, Nani, Quaresma, todos seguiram o exemplo do capitão – foi o primeiro a rematar da marca dos onze metros – e todos bateram bem. Portugal estava nas meias-finais e a profecia de Fernando Santos começava a ganhar forma.
Meias-finais, Portugal 2-0 País de Gales: Ronaldo subiu ao primeiro andar e de lá avistou Paris
A vitória nas meias-finais, frente ao País de Gales, confirmou parte da profecia de Fernando Santos: só regressaria a Portugal a 11 de julho. Conseguiu-o com a melhor exibição e o melhor resultado no Europeu – de resto a única vitória conquistada nos 90 minutos - a catapultar a seleção para a segunda final da sua história.
A primeira parte foi, acima de tudo, apática, com Portugal a sentir muitas dificuldades em entrar na área galesa. Do outro lado, Gareth Bale procurava colocar a defesa lusa em sentido – Bruno Alves era aposta no onze para o lugar do lesionado Pepe, mas foi José Fonte o bombeiro de serviço – mas também sem sucesso.
Até ao intervalo, eram escassas as oportunidades de perigo criadas pela formação lusa: Nani e Ronaldo estiveram perto do golo, mas faltou acerto na finalização. Numa campanha marcada por empates e resultados decididos no prolongamento ou nas grandes penalidades, havia já quem temesse o mesmo destino para este encontro. Portugal estava habituado a sofrer, é certo, mas era preciso saber até quando.
Apenas cinco minutos volvidos da segunda parte, e contra a corrente do que havia sido até ao momento, a Seleção Nacional chegou ao golo, na sequência de um pontapé de canto: João Mário tocou curto para Raphäel Guerreiro cruzar de primeira, e Ronaldo, num salto monumental, cabecear com conta, peso e medida para o fundo da baliza de Hennessey.
O 2-0 não se fez esperar. Minuto 53: remate do capitão à entrada da área e Nani, no meio, a desviar de forma subtil, acabando por trair o guardião do País de Gales. Chris Coleman não perdeu tempo a mexer na equipa (e no sistema tático), ao mesmo tempo que Portugal ia somando falhanços atrás de falhanços. Portugal chegava à final com o seu melhor resultado até àquele momento, mas com a sensação de que podia ter feito mais.
Final, Portugal 1-0 França (a.p.): De ‘patinho feio’ a campeão da Europa
Num Stade de France claramente a pender para a seleção anfitriã, o onze português contou com duas novidades face ao jogo com o País de Gales: as entradas de Pepe e William para os lugares de Bruno Alves e Danilo. Já do lado francês, o selecionador Didier Deschamps repetiu a equipa que havia batido a Alemanha na meia-final.
Os ‘bleus’ dominaram claramente o arranque do encontro e Portugal sofreu um rude golpe. Uma falta de Payet sobre Ronaldo, que o árbitro Mark Clattenburg não assinalou, deixou o capitão KO. As dores no joelho esquerdo obrigaram a duas assistências, deixando Portugal diminuído durante quase um quarto de hora. As lágrimas do capitão foram inevitáveis e este teve mesmo de ser substituído por Ricardo Quaresma.
Sem Ronaldo e já com Quaresma em campo, Portugal acabou até por conseguir alguma estabilidade no meio-campo, mostrando-se cada vez menos permeável a nível defensivo. Porém, ficou com ainda menos peso no ataque para conseguir bater Lloris.
No segundo tempo, a França voltou a entrar melhor e mais assertiva em campo. Inspirada pelas arrancadas de Sissoko e pelas deambulações de Griezmann, os gauleses empurravam progressivamente a equipa das quinas para o seu reduto defensivo. Portugal conseguiu reorganizar-se e tentou passar a sair mais frequentemente em contra-ataque, muito graças às movimentações de João Mário e de Nani. Esse espírito quase era recompensado aos 80, quando Nani e Quaresma obrigaram Lloris a mostrar a sua qualidade para evitar o golo português.
O aviso de Portugal surtiu efeito entre os gauleses, que carregaram então para o assalto final, onde Portugal teve também a sua dose de ‘estrelinha’. Giroud e Sissoko obrigaram Rui Patrício a brilhar novamente, tendo depois o guardião português visto Gignac – que entrara para o lugar de Giroud – atirar ao poste já nos descontos.
No prolongamento, Portugal agigantou-se e não teve medo de ser feliz. Aos 109 minutos, Éder ganhou espaço no meio, livrou-se da marcação francesa e atirou colocado a 30 metros da baliza de Lloris, que não teve hipóteses. Estava feito o golo que mudou a história do futebol português.
Aos 109 minutos, Éder marcou o golo que sagrou Portugal campeão europeu de futebol, no Stade de France, em Saint-Denis, a 10 de julho. Miguel A. Lopes/Lusacréditos: MIGUEL A. LOPES/LUSA[/caption]
O golo de Éder narrado em várias línguas, quatro anos depois
Por cá, todos nos lembramos de como foi relatado o golo da final, mas e no resto do mundo? De Portugal ao resto da Europa, com passagens por todos os continentes, os ecos da vitória lusa em Paris foram globais e houve de tudo um pouco no que toca aos festejos.
Portugal, o segundo campeão europeu mais longo da história
Com a decisão da UEFA em adiar o Euro 2020 para este ano devido à pandemia da COVID-19, Portugal passou a ser o segundo campeão europeu mais longo da história.
A equipa das quinas, que conquistou o Europeu de 2016 em França, será detentora do título pelo menos por cinco anos. É, portanto, a segunda seleção que mais tempo deteve esse estatuto logo atrás de Espanha.
Os espanhóis venceram o Campeonato da Europa de 2008 na Áustria e na Suíça e, quatro anos mais tarde, repetiram o feito na Polónia e na Ucrânia. No total, 'La Roja' deteve o estatuto de campeã da Europa durante oito anos.
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