Francisco Neto reagiu à derrota de Portugal contra a Bélgica e consequente eliminação do Europeu feminino. O selecionador nacional, que completa 44 anos esta sexta-feira, mostrou-se desiludido e aponta a falta de eficácia como razão para o afastamento do torneio. Contudo, reconhece que a exibição foi melhorando no decorrer da partida.

"Cometemos alguns erros iniciais, ficámos intranquilos [após o primeiro golo da Bélgica] e os primeiros 20 minutos não foram bons. Depois equilibrámos o jogo, conseguimos crescer e entrámos muito bem na segunda parte após a mudança de sistema. Criámos muitas oportunidades claras, mas acabámos por não fazer. Chegámos ao empate, mas depois, na ânsia de querer mais, ficámos completamente desequilibrados e tivemos um final de jogo de loucos, sem necessidade. Foi, possivelmente, o jogo em que criámos mais oportunidades de golo neste Campeonato da Europa. Falta de eficácia? O nosso trabalho é colocar a jogadora na cara do golo, conseguimo-lo fazer bastantes vezes, mas depois também há mérito do adversário. A nossa equipa construiu e teve situações de finalização. Não há só demérito nosso, também há mérito da outra equipa e é preciso saber reconhecê-lo. Temos de continuar a crescer nessa dimensão", começou por dizer, em declarações à Sport TV.

O técnico foi desafiado a fazer um balanço da prestação de Portugal no Europeu e admitiu que os objetivos não foram cumpridos, uma vez que a seleção esperava a passagem aos quartos de final.

"Foi uma participação em crescendo a nível exibicional. Do jogo da Espanha para o jogo da Bélgica fomos sempre crescendo. É inegável que não conseguimos os objetivos. Acho que se eu disser a palavra fracassado amanhã é título de jornal, sei que querem que eu diga isso, mas, acima de tudo, não conseguimos cumprir os objetivos a que nos propusemos, isso é claro. Queríamos mais, tivemos essa ambição e coragem, mas não conseguimos", prosseguiu.

Na sequência de uma fase menos bem conseguida por parte das 'navegadoras', a continuidade de Francisco Neto ao leme da seleção feminina tem sido colocado em causa. Ainda assim, o treinador afirma estar "tranquilo em relação a isso".

"O treinador é apenas mais uma peça nesta engrenagem. Claro que, fruto destes três meses bastante duros, é normal que se fale muito. Mas o processo dentro desta casa é sempre o mesmo, vamos fazer uma análise a fundo daquilo que correu bem, porque houve coisas que correram bem, e daquilo que correu menos bem. Depois disso, é preparar o futuro, seja com quem for. O mais importante é sempre o projeto do futebol feminino. Como é lógico, neste momento sinto-me triste e frustrado porque achava e sinto que merecíamos mais, mas é sempre uma honra muito grande representar o nosso País e de ter tido o privilégio de estar em quatro fases finais. Lutaremos sempre por mais uma fase final, é sempre esse o meu objetivo", concluiu.