O Moreirense vai estrear-se no futebol feminino em 2022/23, ambicionando a entrada imediata na fase de subida à II Divisão, frisou hoje o treinador Fernando Fernandes, um dos mentores da recém-criada secção.
“Os objetivos são muito claros e definidos. Independentemente de estarmos a viver este primeiro ano, sou um treinador competitivo e gosto de jogar para ganhar e fazer a melhor classificação possível. Isso passa por chegar ao primeiro lugar [da segunda fase] e, dada a dimensão do Moreirense, não será diferente agora”, apontou à agência Lusa o técnico.
Na sexta-feira, os minhotos anunciaram o lançamento de uma equipa sénior de futebol feminino para disputar a III Divisão nacional, que “está cada vez mais competitiva”, até porque “começa a não haver espaço para todas as jogadoras” nos escalões superiores.
“Já existe bastante equilíbrio, várias equipas a lutarem pelos mesmos objetivos e atletas com muita qualidade. Se algumas competem ali por opção, uma vez que a própria vida pessoal não lhes permite estar em outros patamares, outras ainda são jovens e estão a aparecer”, ilustrou Fernando Fernandes, que também ajudou a criar um projeto similar no Felgueiras (2017/18) e foi adjunto do Vitória de Guimarães nas duas épocas seguintes.
Expressando “alegria e satisfação” por “poder fomentar o futebol feminino e abrir espaço para que mais atletas consigam jogar”, o treinador, de 39 anos, admitiu que a construção do plantel durou apenas “três semanas” e “não teve muito tempo para ser amadurecida”.
“Neste momento, temos cerca de 20 jogadoras. Esta equipa está praticamente fechada, mas há sempre espaço para mais uma ou outra que venha acrescentar valor. Foi fácil conseguir trazê-las, já que a dimensão do Moreirense acaba por facilitar essas questões. Um processo natural, mas rápido e que agora tem pernas para andar. Esperamos que corra tudo bem e que consigamos representar bem o clube, os seus simpatizantes e a própria vila de Moreira de Cónegos”, notou o técnico, que orientou o Roriz em 2021/22.
Fernando Fernandes acredita que o primeiro plantel feminino da história do Moreirense “dará garantias” para almejar a passagem à segunda fase do campeonato e vai trazer “futebol muito positivo e agradável”, que apele à “imprevisibilidade” de cada jogadora.
“Ao invés do que muitas vezes acontece no futebol masculino, que começa pelas bases, aqui há um bocado o efeito contrário. A ideia é tentar fazer uma equipa competitiva, que inspire as mais novas e permita criar os restantes escalões provavelmente já no próximo ano. Foi esse acordo que estabelecemos. Entretanto, temos um ‘feedback' muito positivo de atletas mais novas, que já mostraram interesse em se juntar ao Moreirense”, contou.
Os treinos e os jogos vão decorrer no relvado sintético contíguo ao Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, na certeza de que serão facultadas condições “na mesma proporção” da equipa profissional masculina, sinal da “abordagem muito séria” do clube.
“No fundo, isto demonstra que o Moreirense está bem vivo e a lamber as feridas do que aconteceu na última época com a formação sénior masculina [descida à II Liga oito anos depois]. O clube está a reerguer-se e a aparecer mais forte. Como diz o lema deste ano, vamos renascer e acho que o futebol feminino é uma prova de que o Moreirense está preocupado em evoluir cada vez mais e dar uma imagem positiva para fora”, finalizou.
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