Considerado um dos melhores futebolistas de sempre, Diego Armando Maradona, que morreu há um ano, continua a deixar saudades e os locais que marcaram a sua vida na Argentina atraem cada vez mais visitantes.
“As pessoas vêm e choram, a visita é muito forte”, refere César Pérez, o curador de “La Casa de D10S”, a primeira habitação a ser propriedade do lendário jogador, no bairro ‘La Paternal’ em Buenos Aires, próxima do seu primeiro clube, o Argentinos Juniors, cujo estádio tem atualmente o seu nome.
Maradona viveu lá com os seus país e irmãos entre 1978 e 1980, noticia a agência EFE.
O imóvel foi oferecido pelo clube quando o ex-internacional argentino completou o 18.º aniversário e renovou o primeiro contrato.
"Obviamente que a casa valia duas ou três vezes mais do que o prémio que ele podia ganhar naquela época, mas o Diego já era um diamante por lapidar e tinha que ser ‘guardado’”, salienta César Pérez.
Aquela casa foi recuperada em 2008 pela junta de estudos históricos dos bairros ‘La Paternal’ e ‘Villa General Mitre’, através do presidente Alberto Miguel Pérez, pai do atual curador de “La Casa de D10S”.
Já em 1978, como dirigente do Argentinos Juniors, Alberto Miguel Pérez tinha fechado o contrato de Maradona com o clube.
A casa foi inaugurada em 2016 como museu e conta com alguns objetos da época em que o eterno camisola ‘10’ ali viveu.
Outros cenários imitam o ambiente daqueles anos, destacando-se entre estes uma enorme quantidade de referências a Maradona, como fotos que estão expostas nos locais onde foram tiradas.
Quando Diego se mudou, alguns móveis foram dados aos vizinhos, mas no momento em que a habitação foi recuperada, alguns voltaram a ceder os objetos, para serem incluídos no museu.
O espaço já recebeu cerca de seis mil pessoas de diferentes países até agora, sendo talvez a última casa onde o astro do futebol esteve emocionalmente junto com a sua família, sustenta César Pérez.
“Daqui passou a morar em Villa Devoto por um curto período de tempo e depois seguiu-se Barcelona”, acrescentou.
No último andar há um santuário e “muitos napolitanos entram de joelhos, benzem-se e a emocionam-se”.
“É inexplicável o que um napolitano sente por Diego”, destaca, referindo-se aos adeptos do Nápoles de Itália, clube que Maradona representou por sete temporadas entre 1984 e 1991.
Com a saída daquela casa, surgiu um novo proprietário e esta tornou-se numa fábrica de carteiras, mas o bairro ficou para sempre ligado ao ‘Deus’ do futebol.
Maradona nasceu em 30 de outubro de 1960, num hospital próximo do bairro ‘Villa Fiorito’, a cerca de 40 quilómetros do centro de Buenos Aires, onde passou a sua infância.
Juntamente com os seus pais e quatro irmãs mais velhas, viveram numa casa modesta “com muita chapa, madeira e alguns tijolos”, segundo o próprio descreveu na sua biografia oficial ‘Eu sou o Diego do povo’.
No mês passado, o Governo argentino o declarou o local Património Histórico Nacional.
Ainda durante os tempos no Argentinos Juniors, antes de se instalar na sua habitação, o clube alugou a Maradona um apartamento no bairro portuário em Villa del Parque, onde conheceu Cláudia Villafañe, com quem se casou em 1989 numa festa de arromba no estádio Luna Park.
Outro ‘templo maradonista’ é a Bombonera, mítico estádio em que se estrelou pela seleção argentina em 1977 e quatro anos depois como jogador do Boca Juniors.
A vida agitada do astro argentino, que representou ainda o Sevilha e o Newell´s Old Boys, teve como destino final o cemitério privado de Bella Vista, onde desde 26 de novembro de 2020 repousa juntamente com os seus pais.
Perto daquele local, multiplicam-se os murais em homenagem ao eterno Diego Armando Maradona.
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