Mais de metade dos clubes inscritos na Federação de Futebol da Guiné-Bissau anunciaram hoje que vão organizar, na segunda-feira em Bissau, uma manifestação pública para denunciar "a má gestão" na federação da modalidade.
Sana Djau, porta-voz do grupo de 21 dos 38 clubes inscritos na federação guineense de futebol, disse à agência Lusa que a manifestação servirá para denunciar "a má gestão, desmandos e atropelos aos estatutos" por parte dos membros do comité executivo da federação.
Segundo o porta-voz, a manifestação, que juntará dirigentes de clubes, de academias de futebol e agentes desportivos, irá servir para "demonstrar a indignação" daqueles e ainda chamar atenção da sociedade e dos organismos internacionais que gerem o futebol, nomeadamente a FIFA e a CAF (Confederação Africana de Futebol).
O representante referiu ainda que a manifestação pretende alertar a sociedade em relação aquilo que diz serem os "indícios de corrupção que pairam sobre alguns dirigentes da federação".
A secretária-geral da federação, Virgínia da Cruz e o presidente Manuel Lopes, foram ouvidos no Ministério Público, em setembro, em processos ligados a denúncias de corrupção na instituição, mas o processo em que ambos eram visados foi arquivado.
Sana Djau sublinhou que os clubes, que contestam o arquivar do processo, não vão participar em nenhuma prova organizada pela federação "enquanto persistir a situação de dúvida e de desmandos".
A nova época desportiva na Guiné-Bissau deve arrancar no sábado com a supertaça futebol, num jogo entre o Benfica de Bissau e o FC Canchungo.
Sobre o cancelamento de jogo particular entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde que deveria ter lugar na sexta-feira, em Portugal, por falta de verbas da Federação guineense, Sana Djau considera ser lamentável e fala em contas não apresentadas.
"Nenhum governo do mundo dá dinheiro a uma entidade pública que, por sua vez, não presta contas. Isso não existe em lado nenhum", defendeu Sana Djau.
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