Mesut Ozil anunciou este domingo que não vai voltar a jogar pela Alemanha. Numa longa publicação nas redes sociais, o médio não poupou críticas à Federação, a quem acusa de "racismo e desrespeito".
"O tratamento que recebi da federação alemã e de muitos outros faz com que não queira mais vestir a camisola da seleção. Sinto-me indesejado e sinto que aquilo que conquistei desde a minha estreia internacional, em 2009, foi esquecido", refere o jogador.
"É de coração pesado, mas após muita consideração, que tendo em conta os acontecimentos recentes decidi que não vou representar a seleção enquanto tiver este sentimento de racismo e desrespeito. Antes, usava a camisola do meu país com orgulho, mas agora não. Mas, quando até os altos dirigentes da federação me tratam como trataram, desrespeitando as minhas origens turcas e tornando-me, de forma egoísta, num objeto de propaganda política, não tenho outra opção", justificou Ozil.
O jogador ficou debaixo de fogo na Alemanha no seguimento de uma fotografia com Erdogan, presidente da Turquia, numa altura em que este se encontrava em campanha eleitoral.
"O que mais me frustrou nos últimos meses foi o tratamento que recebi da Federação alemã, e em particular do presidente da Federação, Reinhard Grindel. Depois da fotografia que tirei com o presidente Erdogan, foi-me pedido por Joachim Low que encurtasse as férias e regressasse a Berlim para emitir um comunicado a esclarecer toda a polémica. Quando tentei falar com Grindel sobre a minha herança cultural, sobre a minha história, ele estava mais interessado em falar sobre as suas crenças políticas", disse.
"Pessoas com um histórico de discriminação racial não deviam ser autorizadas a trabalhar na maior federação de futebol do mundo, que tem tantos com jogadores com dupla herança familiar", acrescenta.
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