O ex-futebolista brasileiro Ronaldinho Gaúcho passou na terça-feira para prisão domiciliária no Paraguai, instalando-se num quarto num luxuoso hotel de Assunção, agradecendo aos adeptos locais "pelo carinho e pelas orações".

"Obrigado pelo carinho e pelas orações. Muito obrigado", disse Ronaldinho, depois de ter passado 32 dias numa prisão de máxima segurança, enquanto se encaminhava para a unidade hoteleira, cujos quartos custam cerca de 380 dólares por dia [aproximadamente 350 euros].

Cercado de polícias, Ronaldinho ainda parou para dar um autógrafo numa camisola do Grêmio, clube no qual começou a sua carreira, antes de ser transportado para o hotel, onde vai ficar em prisão domiciliária, juntamente com o seu irmão e representante Roberto Assis, antigo futebolista do Sporting.

Numa altura em que Assunção está isolada do resto do país, devido à pandemia de covid-19, os dois serão os únicos hóspedes do hotel, ficando sob vigilância policial para evitar que deixem ilegalmente o Paraguai.

Ronaldinho e o irmão passaram para regime de prisão domiciliária, depois de terem tido uma nova audiência com um juiz, que decretou uma fiança de 800 mil dólares para cada um (cerca de 735 mil euros ao câmbio atual).

"Corresponde a medida substitutiva para Ronaldinho e para o seu irmão, e a continuação da sua prisão num hotel. Tenho a confirmação da aceitação por parte dos donos do hotel para que eles por sua conta fiquem em prisão domiciliária lá", sentenciou o juiz.

Pelas leis paraguaias, a prisão preventiva pode durar ainda cinco meses e, se forem condenados, os irmãos podem ser condenados a uma pena até cinco anos de prisão.

O delegado Blas Vera, diretor da prisão, contou que a presença do brasileiro gerou entusiasmo nos outros detidos e melhorou o ambiente.

"Quando Ronaldinho chegou, todos queriam estar com ele, tirar fotos. Depois, com os dias a passarem, tudo voltou ao normal. Em nenhum momento, tivemos inconvenientes com ele", disse.

Durante o mês de prisão, o ex-jogador foi o centro das atenções no estabelecimento para presos acusados de corrupção, tráfico de drogas e homicídios.

Ronaldinho e o irmão são acusados de uso de passaportes adulterados e de identidades falsas. A investigação já envolve 16 pessoas e a Procuradoria ampliou a acusação, em 08 de março, para uma alegada ligação com uma organização criminosa, acusada de lavagem de 400 milhões de dólares.

A empresária paraguaia Dalia López, considerada a chefe da suposta organização, convidou e financiou a viagem de Ronaldinho ao Paraguai. López está em fuga e tem um mandado de captura internacional.