Pouco depois das duas entidades anunciarem a deliberação, devido à ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, a RFU emitiu um comunicado para criticar uma decisão que “prejudica um grande número de atletas, treinadores, funcionários de clubes e seleções”.
“A União de Futebol da Rússia discorda categoricamente da decisão da FIFA e da UEFA de suspender todas as equipas russas de participar nas partidas internacionais por um período indeterminado. Acreditamos que esta decisão é contrária às normas e princípios da competição internacional, bem como ao espírito desportivo”, começa por manifestar o organismo, através de uma nota publicada no sítio oficial.
Segundo a RFU, a decisão tornada hoje oficial por parte das entidades que regem o futebol mundial e europeu “tem um caráter claramente discriminatório e prejudica um grande número de atletas, treinadores, funcionários de clubes e seleções e, mais importante, milhões de adeptos russos e estrangeiros, cujos interesses das organizações desportivas internacionais devem proteger em primeiro lugar”.
Por fim, defende que “tais ações estão a dividir a comunidade desportiva mundial, que sempre aderiu aos princípios de igualdade, respeito mútuo e independência da política”, e deixa claro que se sente no “direito de contestar a decisão de acordo com as leis desportivas internacionais”.
A exclusão das representações russas das competições europeias e mundiais foi decidida ao mais alto nível, pelo “Bureau do Conselho da FIFA e pelo Comité Executivo da UEFA, os dois mais altos órgãos decisórios das duas instituições em assuntos tão urgentes”.
Esta decisão ocorre um dia depois de a FIFA ter cancelado a realização de jogos de futebol na Rússia, admitindo que as seleções do país jogassem em campo neutro, sem espetadores e sem hino, e sob a designação da sua federação nacional e não do país.
A Rússia deveria enfrentar em Moscovo a Polónia numa das meias-finais, com o vencedor desse encontro a receber na final do ‘play-off’ para o Mundial2022 a seleção vencedora do jogo entre Suécia e República Checa, em embate que poderia ser novamente em território russo.
O jogo entre Rússia e Polónia está agendado para 24 de março e a final desse ‘play-off’, com o vencedor da Suécia-República Checa, em 29 do mesmo mês.
Antes, já o Comité Olímpico Internacional (COI) tinha pedido a todas as federações desportivas internacionais que cancelem ou mudem de local quaisquer competições planeadas para solo russo ou bielorrusso, e da UEFA ter transferido para Paris a final da Liga dos Campeões, prevista para São Petersburgo.
Na quinta-feira, a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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