Rebentou o escândalo no futebol espanhol. De acordo com a informação veiculada esta manhã pela 'Servimedia', vários jogadores foram detidos pelas autoridades por alegada manipulação de resultados no primeiro e segundo escalão do futebol espanhol para obter benefícios em apostas.
Um dos detidos, o ex-jogador do Real Madrid Raúl Bravo, seria o cabecilha desta organização criminosa, tendo ainda sido detidos Borja Fernández, do Valladolid, Ínigo López, jogador do Deportivo, Samuel Saiz, jogador do Getafe, por empréstimo do Leeds, e Carlos Aranda, ex-jogador de várias equipas da primeira divisão.
Já a agência Efe cita fonte policiais para avançar que estão a decorrer investigações sobre esta operação e que os detidos são suspeitos de organização criminosa, corrupção, branqueamento de capitais e manipulação de resultados desportivos.
Para além de jogadores, as autoridades também prenderam Agustín Lasaosa, presidente do Huesca, e Juan Carlos Galindo, chefe dos serviços médicos do clube de Navarra.
Diz o jornal 'El Mundo' que os detidos utilizavam os familiares diretos para fazerem as apostas. Um dos envolvidos é o pai de Carlos Aranda, jogador formado no Real Madrid.
A polícia espanhola começou esta operação desde as primeiras horas da manhã, a partir de uma denúncia que, segundo a EFE, foi apresentada em maio de 2018, sobre a manipulação de resultados num jogo, no final da última temporada desportiva.
Escreve a imprensa espanhola que o jogo que desencadeou toda esta operação foi o Sociedad Deportiva Huesca-Club Gimnàstic de Tarragona (0-1), da 41.ª jornada da temporada passada na Segunda Divisão de Espanha.
Nesse dia, escreve o jornal Marca, houve um volume anormal de apostas e de dinheiro nesse jogo, quando o resultado estava 0-0 ao intervalo. Muitos apostadores colocarem muito dinheiro na derrota do Huesca frente ao Nástic, equipa de Tarragona que estava a 29 pontos da formação de Aragão, que tinha garantido a subida à Primeira Divisão na ronda anterior. Hora e meia antes do início do jogo, começaram a surgir apostas suspeitas vindas da Ásia e também da Ucrânia.
Nesse encontro, o Nástic era quem mais queria ganhar, escreve o jornal Marca, até porque era a equipa que precisava da vitória já que lutava pela permanência. Com a derrota, o Huesca perdeu a liderança da Segunda Liga.
Diz ainda a Marca que há outros oito jogos suspeitos que estão a ser investigados, embora não sejam jogos nem da Primeira nem da Segunda Ligas espanholas.
Mas o programa 'Espejo Público' de Antena3 escreve que o jogo entre o Valladolid e o Valencia, da última jornada da Liga Espanhola desta época, está também sob suspeita.
Diz o mesmo programa que o 'arranjo' do resultado terá sido feito entre jogadores e não entre clubes. O Valencia precisava de vencer para garantir o 4.º lugar, que dá acesso à Liga dos Campeões e acabou mesmo por ganhar por 2-0.
Quem são os jogadores envolvidos no caso?
Raul Bravo: o antigo defesa central é tido como o cabecilha do grupo. Formado no Real Madrid, retirou-se do futebol há duas temporadas, depois de ter sido campeão da Europa em 2002 com os madrilenos. Jogou ainda no Olympiacos, Numancia, Rayo Vallecano, Beerschot de Amberes, Córdoba.
Borja Fernandez: acaba de colocar um ponto final na carreira, aos 38 anos, depois de ajudar o Valladolid a garantir a permanência na Liga Espanhola. Este médio também foi formado no Real Madrid, jogou ainda no Getafe, Corunha, Almeria, Eibar, entre Primeira e Segunda Ligas.
Iñigo López: central de raiz, foi jogador-chave na subida do Alcorcón à Segunda Liga Espanhola. Jogou no Granada em La Liga. Atuou ainda na Grécia, no PAOK de Salónica, antes de voltar à Espanha para jogar no Celta, Córdoba, Huesca, Extremadura. Neste momento representa o Deportivo da Corunha.
Carlos Aranda: é o jogador recorde da Liga Espanhola, já que nenhum outro jogou em tantas equipas da Primeira Divisão em Espanha. Passou por oito formações: Osasuna, Zaragoza, Albacete, Sevilla, Villarreal, Levante, Granada e Numancia.
*Artigo atualizado
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