O Comité de Recurso da UEFA decidiu hoje excluir o Osasuna da Liga Conferência Europa de futebol de 2023/24, informou o clube espanhol, que vai recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), por considerar-se vítima de uma grave violação de seus direitos.
Para o Osasuna, os membros do comité “não levaram em conta as denúncias apresentadas” pelo clube de Pamplona na passada sexta-feira e reafirmaram o parecer inicial dos inspetores do Comité de Controlo, Ética e Disciplina da UEFA.
As razões pelas quais a Comissão de Recursos decidiu excluir o Osasuna serão transmitidas ao clube espanhol nos próximos dias, mas este não se conforma e sublinha que “não partilha em nada os critérios da UEFA nem a investigação do caso levada a cabo”, lamentando a “mensagem errada” que a UEFA envia ao mundo do futebol ao punir quem denuncia a corrupção e a processa legalmente.
A concluir, o Osasuna promete continuar a utilizar “todos os instrumentos legais ao seu dispor para enfrentar a UEFA e pôr fim ao que considera uma grave violação dos seus direitos”.
No entendimento do Osasuna, a mensagem transmitida pela UEFA é, sem dúvida, contraproducente para o futebol e para os clubes, os quais, perante o risco de serem sancionados pelo órgão máximo do futebol europeu, “optam agora por não atacar de frente a corrupção no mundo do futebol.
O clube de Pamplona aponta ainda o dedo sobre o que está a acontecer “ao silêncio dos principais órgãos do futebol espanhol, incluindo a Real Federação Espanhola (RFEF)”.
O Comité de Controlo Ética e Disciplina da UEFA já tinha declarado a “inelegibilidade do Osasuna para participar na Liga Conferência 2023/2024”, depois de o Supremo Tribunal de Espanha ter condenado vários dirigentes do clube por desvio de verbas, ocorrido na temporada 2013/2014.
No entanto, o clube espanhol não se conformou com a decisão e recorreu ao Comité de Recurso do mesmo organismo, alegando que a justiça de UEFA “é forte com os fracos e fraca com os fortes” ao não tomar em consideração que foram os próprios tribunais de justiça espanhóis que declararam, literalmente, que o Osasuna foi vítima do desvio de dinheiro feito por alguns de seus ex-diretores.
“Com esta decisão, a UEFA pretende voltar a punir o Osasuna na figura dos seus atuais dirigentes, que são precisamente aqueles que apresentaram queixa em tribunal, iniciando o procedimento judicial para recuperar o dinheiro ilicitamente roubado das contas da entidade e restaurar o seu bom nome”, refere ainda Osasuna, para quem este caso "é o único conhecido na história recente do futebol europeu em que um clube processa alguns de seus ex-dirigentes, que atualmente aguardam prisão".
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