O presidente do FC Barcelona, Josep María Bartomeu, disse hoje que a decisão de jogar o encontro entre os catalães e o Las Palmas à porta fechada é uma “demonstração de inconformidade” com o que se passa na Catalunha.
“Falámos com diretores, executivos, também com a equipa técnica e os jogadores, e decidimos jogar a partida, e sobretudo fazê-lo à porta fechada para que se veja esta crítica, esta maneira de mostrar inconformidade, com o que se passa para todo o mundo”, afirmou o dirigente, sobre o jogo da liga espanhola que está a decorrer sem adeptos.
A decisão, apontou Bartomeu, não se prendeu com segurança, uma vez que esta estava assegurada “pela Guarda Civil e os Mossos d’Esquadra”, mas pela vontade de “dar apoio a todos os que estão a padecer desta falta de liberdade de expressão”.
“Vemos com muita pena o que se está a passar, e por isso decidimos que em vez de adiar o encontro, que era o que queríamos todos, jogá-lo de uma maneira excecional, sem público, para que se veja que se joga um jogo de futebol, mas nada a ver com a normalidade com que jogámos em toda a nossa história”, comentou.
Antes, em comunicado, o FC Barcelona assumiu que pediu à liga espanhola para adiar o encontro, devido aos incidentes que se verificaram durante o referendo pela independência da Catalunha.
“Perante a excecionalidade destes factos, a direção do FC Barcelona decidiu que o jogo da primeira equipa contra o Las Palmas será jogado à porta fechada, depois da recusa da Liga de Futebol Profissional de adiar o jogo”, lê-se num comunicado do clube.
Na sequência da decisão de jogar o encontro, o vice-presidente das relações internacionais e institucionais dos ‘blaugrana’, Carles Vilarrubí, apresentou hoje a demissão do clube, apontaram vários órgãos de comunicação locais.
Questionado sobre a decisão do ‘vice’, Bartomeu explicou que “cada um tem as suas decisões” e que a situação “não é fácil”.
Os catalães apoiantes da independência da região estão hoje a tentar votar num referendo suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol e as autoridades de Madrid a tentarem impedir a realização da consulta popular com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.
Já se verificaram alguns confrontos, com o governo regional catalão a atualizar para 337 o número de pessoas assistidas em serviços de saúde, na sequência de distúrbios relacionados com a realização do referendo pela independência na Catalunha.
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