O treinador do Rayo Vallecano, Paco Jémez, concedeu uma entrevista ao programa 'Estudio Estadio', na qual aponta o dedo aos responsáveis do futebol europeu que pretendem regressar ao ativo, depois da paragem provocada pela pandemia de COVID-19.
"As pessoas pensam que todos vivemos em mansões com jardins de 100 metros quadrados. Mas, se quiserem entrar no meu apartamento, eu vou ter que sair. Não há sítio para treinar aqui e, como eu, estão muitos jogadores. Esta paragem é pior do que a de verão, porque nessa altura ainda vais correr, caminhar, jogar ténis, festas com amigos", começou por referir.
Paco Jémez considera que as equipas vão "precisar de, pelo menos, três semanas de treino conjunto para podermos competir. Se querem que seja solteiros contra casados, começamos a jogar, mas a meio do jogo vai tudo parar para vomitar. Vamos ter que jogar a cada 72 horas, no calor de julho e agosto. Não é uma questão de querer, mas precisamos de tempo para pensar. É melhor esperar do que fazer tudo à pressa e cair no primeiro degrau".
Além disso, o treinador do Rayo Vallecano critica o próprio clube devido à possibilidade de este avançar para uma redução salarial dos funcionários. "Legalmente estão no direito de ir para ERTE, mas moralmente não. Um clube que apresenta um lucro de 19 milhões de euros e que, este ano, transferiu jogadores por 21 milhões, tem de ter tomates e assegurar o salário dos seus trabalhadores. Não estou a falar do Barcelona ou do Atlético, estou a falar do Rayo, os números são esses. Sei que há predisposição dos dirigentes para se chegar a um acordo, mas tenho medo que isso não seja possível", lamentou Paco Jémez.
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