O Benfica já tinha sofrido com a fúria de Raphinha, na derrota por 4-3, na fase regular da Champions. O brasileiro voltou a ser decisivo, num encontro em que os encarnados foram demasiado perdulários perante a solenidade da ocasião. É conhecida a permeabilidade do Barcelona no setor defensivo e talvez não se esperasse, mesmo com o poderio dos catalães, que a equipa de Flick conseguisse aguentar tanto tempo sem sofrer um golo no estádio da Luz perante circunstâncias adversas. É que desde os 22 minutos que os visitantes se viram a jogar com 10, após expulsão de Cubarsí. O jovem central rasteirou Pavlidis à entrada da área, e abriu novas perspetivas que não foram aproveitadas pela equipa lusa.

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Flick reagiu de forma célere, retirou Dani Olmo de campo, cerrou fileiras, lançou Ronald Araujo, encurtando o espaço na zona interior, com Raphinha móvel como referência na frente, e tal como tinha acontecido na partida na fase regular, voltou a ser letal perante o erro de palmatória de António Silva. O Barça, em Lisboa, foi sobretudo um coletivo forte, com algumas figuras a passarem despercebidas, casos de Lamine Yamal, 'metido no bolso' por Alvaro Carreras, e que falta irá fazer o lateral na segunda mão (viu o cartão amarelo na partida e não poderá ser opção para Bruno Lage).

O Benfica teve uma entrada muito boa no jogo, e Aktürkoğlu poderia ter mudado o rumo do jogo logo a abrir. Trubin também teve que se aplicar para impedir males maiores, na primeira grande oportunidade do Barcelona no jogo, parando o remate de Lewandowski e Dani Olmo.

A expulsão de Cubarsí poderia abrir outras expetativas para o Benfica, deixando o Barcelona numa posição que lhe é desconfortável, obrigado a baixar linhas, a deixar de ter a bola, a ter que correr atrás e a apostar nas transições. É impossível desviar os olhos, 'in loco', para a qualidade desta equipa, na forma como trata a bola, e circula, com nota de destaque para o predestinado Pedri, um mago que nasceu para jogar futebol. Contudo, o Benfica tinha a oportunidade para crescer, criar oportunidades; conseguiu ter em determinadas fases do encontro domínio sobre uma das equipas mais competitivas da Europa, mas voltou a não conseguiu diferenciar-se na hora da finalização. Os encarnados poderiam ter tido um resultado diferente, tantas que foram as chegadas ao último terço. Akturkoglu e Pavlidis não tiveram por vezes a inspiração desejada, e os intentos por outro lado tinha um grande opositor, o guardião Szczesny.

Não se pode apontar a Bruno Lage a falta de ambição. Mesmo frente a uma equipa de enorme qualidade, embora 'manca' com menos uma unidade, quis imprimir maior velocidade com Dahl. Belotti e Arthur Cabral surgiram no ataque no segundo tempo para tentarem desbravar os caminhos da baliza, mas o treinador do Benfica não pôde controlar um erro individual que comprometeu o objetivo e quem sabe o desfecho da eliminatória. No segundo tempo, houve oportunidades para que se construísse outro tipo de resultado para as águias, mas por vezes os caminhos da baliza são incertos.

Momento do jogo

A qualidade do Raphinha voltou, no round 2, a fazer a diferença na Luz. Erro enorme de António Silva, a falhar um passe em zona proibida. O brasileiro recebeu, avançou, e desferiu um remate colocadíssimo que bateu Trubin.

Melhores

Szczesny

Travou e de que maneira os intentos do Benfica. Se o polaco começou com o pé esquerdo, o que é certo é que neste momento é um dos esteios da equipa do Barcelona. A abrir tirou a felicidade a Aktürkoglu. Conseguiu travar remates, como o livre de Kokçu no lance que resultou na expulsão do central blaugrana. Voltou a crescer no segundo tempo, travando os intentos da equipa de Bruno Lage

Raphinha

Apareceu e foi decisivo. Matreiro, voltou a relembrar porque é que na Champions os erros custam caro. Foi decisivo e voltou a resolveu a favor do Barça.

Alvaro Carreras

Defensivamente irrepreensível, foi muito por ação do espanhol que Lamine Yamal esteve desaparecido do jogo. Irá fazer falta para a partida da segunda mão. Viu a cartolina amarela que o deixa fora da partida na Catalunha.

Renato Sanches

A entrada do médio agitou com o jogo, e o internacional português teve algumas iniciativas que levaram algum frisson à área do Barça, numa altura em que o Benfica pretendia chegar pelo menos ao empate.

Reações

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