A exibição do FC Porto no Giuseppe Meazza dá alento aos Dragões para se apurar para os quartos de final da Liga dos Campeões. É certo que os campeões nacionais precisam de vencer por dois golos ou mais de diferença para seguir em frente (ou vencer pela margem mínima e ir os penáltis) mas, em casa e perante os seus adeptos, há futebol na equipa de Sérgio Conceição para eliminar o Inter.

Para a segunda-mão em março, pede-se um Dragão mais eficaz na finalização.

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O jogo: Fortaleza durou 86 minutos

A resistência portista durou 86 minutos, altura em que Lukaku fez-se valer do seu poderio físico para, aproveitando uma falha de marcação portista, derrubar a muralha azul e branca e fazer o único golo do jogo.

Por altura do golo, já o FC Porto tinha ligado o modo-sobrevivência após a expulsão de Otávio aos 78 minutos, e até estava a dar-se bem, com Wendell a fechar a lateral esquerda (entrou no lugar de Taremi), e Zaidu a fechar com terceiro central. Porque, de 11 contra 11, apesar de o Inter Milão ter tido mais bola, as oportunidades de golo foram repartidas.

No lado estratégico, Sérgio Conceição levou a melhor sobre Simone Inzaghi, seu antigo companheiro de equipa. Os médios do Inter, principalmente Çalhanoglu, sofreram uma marcação impiedosa de Otávio (em cima do médio turco), Grujic e Uribe, o que obrigou o Inter a esticar muitas vezes o jogo, à procura de Lautaro e Dzeko, bem controlados pelos defensores portistas.

Só a entrada de Lukaku no lugar de Dzeko (mais poder físico) ajudou o Inter a crescer, principalmente nas segundas bolas após a primeira ganha elo possante belga.

O Inter criava perigo nas bolas paradas e pelas incursões dos alas Darmian e Dimarco. No FC Porto, Taremi recuava para ligar com os médios, Pepê e Galeno (principalmente Galeno), aceleravam para cima dos laterais/alas do Inter.

Nas transições, o FC Porto criou três grandes oportunidades no segundo tempo, todas por Taremi que Onana impôs-se com mestria. Também na baliza portista brilhou Diogo Costa, com grandes defesas.

Enquanto houve igualdade numérica, o FC Porto lutou e não se mostrou muito inferior ao adversário, como mostram os quatro remates enquadrados de cada lado. Agora tem 90 minutos para retificar o resultado no Dragão, onde está obrigado a vencer por dois golos de diferença para seguir para os quartos de final.

Esta foi a 9.ª vitória do Inter em casa em 10 jogos perante equipas portuguesas (só o Boavista conseguiu empatar). Para o FC Porto é o ponto final numa série de 21 jogos sem perder. A última derrota tinha sido no Dragão contra o Benfica em outubro, para o campeonato.

Momento-chave: Onana diz 'não' duas vezes

Podia escolher a expulsão de Otávio como o Momento do Jogo, já que deixou o FC Porto em inferioridade numérica e depois o Inter marcou. Mas capital mesmo foram as duas perdidas na área do Inter, aos 57 minutos, em mais um grande contra-ataque azul e branco. O primeiro remate de Zaidu ficou nas pernas de Skriniar, o segundo do lateral nigeriano foi defendido por Onana para a frente onde estava Taremi que rematou… para onde estava Onana. Assim é difícil.

Um golo do FC Porto naquela altura poderia ser crucial porque poderia trazer ainda mais instabilidade ao ataque do Inter e deixaria o FC Porto mais confortável.

Os Melhores: Guarda-redes brilham, Uribe em todo o lado

Além da dupla defesa de Onana aos 57 minutos, o guardião camaronês tinha negado o golo a Taremi, aos 55. Do outro lado, Diogo Costa voltou a mostrar pergaminhos na Champions, com momentos fantásticos: negou o golo a Bastoni quase à beira do intervalo com uma defesa à guarda-redes de andebol; travou as intenções de Çalhanoglu aos 18 e agigantou-se na parte final, a negar o 2-0 a Lukaku. Muito do que o FC Porto tem feito na Champions deve-o ao seu guarda-redes.

No lado portista, destaque para mais uma grande exibição de Uribe, na cobertura, nos desarmes, no posicionamento. Lukaku entrou e mexeu com o ataque do Inter, pelos problemas que colocou à defesa portista. Acaba por ser decisivo ao marcar o único golo da noite.

Em noite 'não': Otávio complicou, Taremi também

O primeiro amarelo de Otávio é um lance onde ele não pode ser culpado por querer jogar. A bola tinha sido colocada fora de campo pelo Inter para forçar o árbitro a ir ver no monitor uma jogada onde pediam penálti de Galeno sobre Darmian. Vistas e revistas as imagens, o árbitro não considerou falta para penálti e mandou o jogo seguir, com lançamento lateral para o FC Porto. Zaidu deu em Otávio que quis logo sair a jogar, foi cercado e travado pelos jogadores do Inter. Srdjan Jovanovic deu amarelo a Dimarco e ao luso-português.

No segundo tempo fez a tal falta por trás sobre Çallanoglu, viu o segundo amarelo e foi expulso, aos 78 (primeira expulsão na carreira). Com mais um, o Inter carregou sobre a defesa portista até marcar.

Taremi entra nos destaques negativos por ter desperdiçado três oportunidades para o FC Porto, uma delas flagrante. O iraniano trabalhou muito a nível defensivo, ligou o jogo da equipa mas pecou na hora de colocar a bola no fundo das redes.

Reações

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