
Ainda não foi desta que o Sporting saiu de Nápoles com uma vitória. Os leões perderam por 2-1 na segunda jornada da fase de liga da Champions. A formação lusa não deu continuidade ao bom arranque na prova milionária e escorregou no Diego Armando Maradona, ainda que tenha feito uma exibição satisfatória.
O jogo foi equilibrado e não teve muitas oportunidades de golo, mas é nestes palcos grandes que os pequenos detalhes contam e os erros leoninos custaram caro. Algumas indefinições e o erro crucial no contra-ataque que deu o primeiro golo ao Nápoles é um exemplo disso mesmo, bem como a saída mal calculada de Rui Silva no segundo tento.
Contudo, a prestação foi bem conseguida e a estratégia resultou principalmente na primeira parte, em que a equipa esteve mais conservadora e consciente.
FOTOS: O Nápoles-Sporting em imagens
Lapsos comprometeram estratégia bem definida
A posse de bola foi pertencendo ao Nápoles, que se preocupou em circular rápido para sacudir a pressão na tentativa de avançar no terreno. Contudo, o Sporting organizou-se bem com os caminhos fechados no interior do terreno, até com Trincão e Ioannidis mais recuados.
O meio-campo napolitano tem muita qualidade e contou com as movimentações fluídas de De Bruyne e McTominay. Os dois foram trocando de posições na tentativa de incomodar a marcação leonina. Enquanto um estava no centro do terreno, o outro descaía para o lado esquerdo ou até para ajudar Gutiérrez no capítulo defensivo.
No fundo, a iniciativa ofensiva do Nápoles limitou-se a tentar criar perigo através da zona interior, mas os leões não cederam espaços. Também o Sporting teve algumas dificuldades em penetrar no interior do terreno devido à marcação napolitana, mas, ao contrário do adversário, a estratégia variou para os flancos.
A formação leonina tentou ser mais ousada e conseguiu segurar a bola no meio-campo napolitano, atraída pela estratégia italiana, e caiu na ratoeira. Depois de alguns minutos com posse, o Sporting perdeu o esférico e Nápoles saiu rápido em contra-ataque e Hojlund fez o 1-0
No 2.º tempo, o Nápoles caiu de rendimento e foi notório o cansaço da equipa nos últimos 25 minutos. Por isso, a falta de discernimento foi maior, o controlo foi reduzido e as jogadas ficaram aquém. Quem aproveitou foi o Sporting, que melhorou e chegou ao empate na sequência de uma grande penalidade. O empate permitiu que os leões sonhassem e tivessem ainda mais vontade de dar a volta ao marcador.
A equipa lusa estava melhor e quando tudo parecia estar controlado para o Sporting, chegou o 2-1. Kevin de Bruyne cruzou no lado esquerdo para o centro da área, Rui Silva calculou mal a saída e Hojlund cabeceou para o fundo das redes.
O golo foi um verdadeiro balde de água fria para o Sporting, que não desistiu de ir à procura do empate. Hjulmand ficou muito perto de cabecear para o golo aos 90+4, mas Milinkovic-Savic defendeu e garantiu a vitória para os napolitanos.
A Figura: Kevin de Bruyne e a classe de sempre
O belga voltou a ser determinante em mais uma noite europeia e, apesar de ter mudado de clube, a classe é a mesma de sempre. O médio foi o motor da equipa e permitiu que a mesma se mantivesse equilibrada. Para além disso, as duas assistências para o bis de Hojlund foram cruciais para que a vitória ficasse na cidade de Nápoles.
Outros destaques
Francisco Trincão: O avançado leonino foi o jogador mais inspirado no Sporting durante a primeira parte e conseguiu criar jogadas que poderiam ter sido perigosas. Trincão saiu ao intervalo.
Maxi Araújo: O jogador voltou a ser um dos intervenientes mais intensos nos leões, tal como já é hábito. O lateral foi competente, capaz de travar duelos com o capitão Politano e ainda conseguiu conquistar o penálti que deu o golo do empate.
João Simões: É de destacar a exibição do médio de 18 anos no palco dos 'grandes'. O jovem encheu o meio-campo dos leões e correspondeu da melhor forma à titularidade. O aspeto negativo é assinalar é o envolvimento na perda de bola que deu origem ao primeiro golo do Nápoles, fruto de alguma imaturidade na decisão em alguns momentos
Milinkovic-Savic: A excelente intervenção no último suspiro permitiu que o Nápoles garantisse os três pontos, tendo sido a muralha que a equipa precisava.
Rasmus Hojlund: A eficácia do avançado dinamarquês foi exatamente aquilo que o Nápoles precisava do seu ponta de lança e ele não desiludiu. Hojlund foi determinante para garantir o resultado, mas também essencial na forma como conteve a posse de bola para os napolitanos sempre que o esférico lhe chegava.
Reações
Rui Borges garante estar muito "orgulhoso" da equipa: "Grande exibição. A equipa foi capaz"
Gonçalo Inácio diz que resultado é "injusto". Suárez e Maxi Araújo enaltecem trabalho da equipa
Antonio Conte: "Fizemos um jogo bom contra uma equipa forte"
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