O Benfica escorregou e sofreu uma pesada derrota em casa frente ao Feyenoord por 3-1, averbando o primeiro desaire na Champions ao terceiro jogo na fase de liga.

Calor atípico numa noite de outubro, à boa maneira do nosso país, mas quem se deu mal com as altas temperaturas foi o Benfica. Faltou estofo, e capacidade para lidar com os problemas apresentados pela equipa do Feyenoord. Os encarnados apareciam para este embate da terceira jornada da Champions com as expetativas em alta. Em teoria, o adversário era de menor nomeada, isto antes do embate com o colosso Bayern em Munique, e da deslocação ao principado para defrontar o Mónaco. Com a entrada de Lage regressaram também as vitórias e as boas exibições, até este embate, que terá que ser verdadeiramente escalpelizado. Só nos últimos três jogos, o Benfica tinha marcado 12 dos 17 jogos que leva no campeonato.

Já falando exclusivamente da Liga Milionária, as águias queriam somar a terceira vitória, depois dos triunfos frente ao Crvena Zvezda e Atlético de Madrid. O Feyenoord, terceiro classificado na Eredivisie, vinha de uma derrota pesada frente ao Bayern (4-0) e do triunfo frente ao Girona (3-2).

Em relação ao onze das águias, Bruno Lage não apresentou nenhuma novidade, repetindo a fórmula que acabou por resultar num êxito estrondoso frente ao Atlético de Madri: Aursnes, Florentino e Kokçu no miolo, e Akturkoglu, Di María e Pavlidis como trio atacante.

Naufrágio encarnado na primeira parte

Como classificar a primeira parte dos encarnados frente ao Feyenoord? É difícil encontrar adjetivos. Os encarnados apareceram desligados, passivos, a verem o adversário jogar, e com receio do risco, perante um adversário mais expetante e cirúrgico no momento das transições.

Fazendo-se valer da velocidade dos seus extremos, Osman e Igor Paixão, os neerlandeses meterem a 'quinta' logo no início do jogo. O golo, esse, chegou madrugador, logo aos 12 minutos e não surpreendeu o menos atentos aos primeiros minutos na Luz. Timber desmarcou Igor Paixão, que deixou para a finalização de Ueda, num tento em que o eixo defensivo encarnado não está isento de culpas.

Mesmo sem se conseguir encontrar em campo, na resposta o Benfica poderia ter empatado. Pontapé de canto de Di María, com Bah a aparecer ao segundo poste, e a finalizar ao ferro. Só que lá atrás, como mencionámos, iam-se sucedendo os erros quando os neerlandeses tinham a bola. Na resposta, Trubin teve que se aplicar para parar o remate de Timber.

Só que o Feyenoord voltou a fazer com que a bola beijasse a baliza de Trubin. Cruzamento de Hwang, Hancko consegue finalizar em esforço, Trubin defende para a frente, e Ueda finalizou fez o mais fácil. Contudo, o lance foi revertido, com recurso ao VAR, depois de Lotomba ter agarrado Otamendi.

A equipa de Lage mantinha a intranquilidade, a bola 'parecia que queimava' e a equipa não tinha capacidade para descobrir os espaços vazios. O Feyenoord era mais objetivo na forma como rapidamente lançava as transições e encontrava os espaços, frente a uma linha defensiva encarnada muito desorganizada.

Não foi à primeira, acabou por ser à segunda e aos 33´, o Feyenoord acabou mesmo por chegar ao golo. Milano abriu o livro, fez um túnel a Otamendi e depois fuzilou Trubin.

Até ao intervalo, o Benfica ainda podia ter reduzido, mesmo que de forma muito atabalhoada. Pavlidis atirou para o fundo das redes, mas havia fora de Akturkoglu no início da jogada. Já próximo da compensação, Di María bateu um livre e quase surpreendeu Wellenreuther.

Chegava o intervalo, e era tempo de reflexão. Muita coisa teria que ser mudada para que os encarnados alterassem o rumo dos acontecimentos. Era necessária uma dose de confiança e critério no momento com bola. O Benfica apareceu de facto mais incisivo na segunda parte, mas sempre que a equipa de Brian Priske se aproximava do último terço, criava perigo. O Feyenoord voltou 'a ameaçar' o 3-0, numa recarga de Hancko, após bola no ferro de Trauner, mas havia fora de jogo.

O relógio impiedoso no curso do destino obrigava Lage a mexer. Entrava Amdouni, e Beste, e o que é facto é que a entrada do alemão acabou por mexer com o jogo. Isto porque aos 67 minutos, o Benfica marcava, com influência do 'reforço' encarnado para a nova época. Após uma transição rápida, o alemão disparou, Wellenreuther defendeu para a frente, e Akturkoglu confirmou o golo.

Mas o pior estava para vir, com os neerlandeses a confirmarem o escândalo na Luz, ao cair do pano, com o 3-1, aos minuto 90+2. Os encarnados, no desespero e à procura do embate, destaparam lá atrás e acabaram por sofrer. Jogada de regra e esquadro dos neerlandeses: Na marcação de um livre, Timber deixou para o remate Milambo que fez o 3-1 final.

A noite de calor acabava gelada para os adeptos encarnados. O Feyenoord impôs-se na Luz, fazendo uso da classe e do sentido coletivo dos seus jogadores. Os neerlandeses chegam aos seis pontos, os mesmos que o Benfica em três partidas.