
O clássico chegou ao Dragão envolto em expectativa, barulho e tensão — e o relvado refletiu tudo isso. O FC Porto e o Benfica assinaram um duelo intenso, físico e taticamente fechado, com mais luta do que brilho e onde as oportunidades escassearam, sobretudo na primeira parte.
O jogo começou com o FC Porto a assumir a posse e a tentar empurrar o Benfica para o seu meio-campo. Logo aos 2 minutos, Pepê procurou Samu na área, mas António Silva cortou com autoridade. As águias reagiram, tentando baixar o ritmo e circular a bola, mas a pressão alta dos dragões — liderada por Froholdt e Gabri Veiga — não lhes deu tempo nem espaço.
- Tudo sobre o desporto nacional e internacional em sportinforma.sapo.pt -
O primeiro quarto de hora mostrou duas equipas muito cautelosas, presas à estratégia e pouco inclinadas ao risco. O futebol foi mais de contacto do que de criação. Só aos 18 minutos surgiu o primeiro momento de perigo, quando Gabri Veiga rematou à baliza de Trubin, obrigando o guarda-redes ucraniano a atenção redobrada.
A partir daí, o FC Porto cresceu. Ganhou metros, ganhou confiança e mostrou-se mais intenso e vertical, enquanto o Benfica se refugiava na solidez defensiva. Aos 30 minutos, foi a vez dos encarnados ameaçarem, com Sudakov a aparecer entre os centrais portistas, mas Diogo Costa mostrou a frieza habitual e antecipou-se, a cortar fora da área. A primeira parte terminou com o Porto por cima, mais acutilante e com o público a empurrar, ainda que sem golos para celebrar.
O regresso do intervalo trouxe a mesma toada: o FC Porto voltou a entrar mais forte e agressivo.
Logo aos 49’, Lukebakio tentou surpreender com um cruzamento perigoso, mas Diogo Costa foi imperial. Pouco depois, foi Trubin a responder à altura, com duas defesas consecutivas — primeiro num cruzamento venenoso de Froholdt (52’), depois num remate frontal de Gabri Veiga (56’).
Os minutos seguintes mantiveram o Dragão em suspense. O Benfica, encostado, via o Porto multiplicar-se na pressão. Samu ainda tentou o remate (58’), mas sem força para incomodar. Do outro lado, o perigo encarnado surgiu numa bola parada: Kiwior desviou um livre e acertou na barra (63’), naquele que foi o lance mais quente do Benfica em todo o encontro.
Nos minutos finais, o ritmo abrandou. O cansaço e os nervos pesaram, e o equilíbrio voltou a dominar. O Benfica conseguiu acalmar o jogo e travar o ímpeto portista, enquanto os dragões ainda ameaçaram num remate de William Gomes (68’) e numa jogada desperdiçada por Borja Sainz (76’), já dentro da área.
Já em tempo de compensação, o Dragão ainda prendeu a respiração: Rodrigo Mora apareceu solto à entrada da área e, com um remate potente, acertou na barra da baliza de Trubin, naquele que foi o último grande sobressalto da noite.
O apito final soou com o empate sem golos a prevalecer, num clássico jogado em alta rotação, mas sem brilho. Faltaram os golos, sobrou a entrega — e, acima de tudo, ficou a sensação de que, em jogos assim, ninguém quer perder… mas também poucos arriscam o suficiente para ganhar.
Comentários