A 4 de janeiro começou uma saga histórica. O Osasuna foi o primeiro clube a sofrer “na pele” a eficácia de Lionel Messi em 2012, num jogo onde o argentino marcou o primeiro e o segundo dos seus 84 golos no presente ano civil.
Provavelmente, nem o craque do Barcelona imaginaria estar onze meses depois a um pequeno passo de um recorde que resiste há 40 anos. Em 1972, Gerd Müller, o “Bombardeiro da Nação” alemã, apontou 85 golos numa campanha memorável com as camisolas do Bayern Munique e da ‘Mannschaft’.
Müller era a antítese do que se poderia prever para um grande goleador germânico. Era relativamente baixo (1,76m), algo atarracado e pouco veloz. Todavia, todos esses defeitos eram disfarçados com uma enorme classe, instinto ‘matador’ e capacidade de aceleração e de mudança de direção em espaços curtos, que usava para se antecipar aos defesas.
Quis o destino que o seu feito esteja na iminência de cair por causa de outro “baixinho” (1,70m) - que até teve problemas de crescimento - e que nem sequer joga como ponta de lança. A partir dos flancos ou pelo meio, Messi parece não ter dificuldades para contornar os obstáculos e mantém com a bola uma relação sagrada. Ele só tem olhos para ela e ela não larga o seu pé esquerdo.
O ritmo de Messi em 2012 é absolutamente imparável, com uma média superior a um golo por jogo, entre partidas dos catalães e da seleção argentina. A estrela do Barcelona nasceu já muito tempo depois de Müller pendurar as chuteiras. E tempo é coisa que não falta a Messi, pois até ao fim do ano haverá mais quatro encontros além do jogo com o Benfica.
Para os benfiquistas, o inevitável recorde pode, assim, esperar mais alguns dias. A eventual ausência de Messi é um pequeno acréscimo de esperança na dura missão que os encarnados têm para chegar aos oitavos de final da Champions. Vencer pode ser obrigatório e perder pode dar para festejar. Tudo depende do que o Celtic fizer diante do Spartak Moscovo. O que acontecer em Glasgow terá de ser imitado em Camp Nou a favor do Benfica, caso a equipa de Jorge Jesus ainda queira seguir em frente na Champions.
Na Catalunha dividem-se as opiniões sobre a utilização da ‘Pulga’ no jogo de amanhã. Para uns, a perspetiva de ver o recorde de Müller quebrado num jogo da Champions é irresistível; para outros, há que proteger o jogador do desgaste numa partida que já não interfere nas contas do Barcelona. A dúvida será desfeita esta quarta-feira, às 19h45, em Camp Nou.
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