Na noite fria de Moscovo, fustigada por temperaturas negativas, uma desatenção coletiva no último suspiro do jogo acabou por trair o Real Madrid. Os merengues dominaram e estiveram largos minutos a ganhar ao CSKA Moscovo, com o golo de Ronaldo (28’), mas a crença russa foi premiada com o empate (1-1), por Wernbloom, já em tempo de descontos.
Com uma campanha notável na Champions, onde cada desafio terminara com um triunfo, o Real Madrid interrompeu hoje essa sequência vitoriosa, mas continua sem perder em jogos fora nas competições europeias há dois anos. Desta feita, não houve goleada, como as que se têm repetido na Liga espanhola, e o empate final é, no mínimo, ‘mentiroso’, tamanho o domínio da equipa de José Mourinho.
Nos primeiros minutos, o CSKA Moscovo ainda foi um adversário incómodo. Um ‘pressing’ alto, ao qual se aliava as transições rápidas, evitava uma hegemonia maior do Real. A lesão de Benzema, logo aos 14’, poderia ter tornado o jogo ainda mais complicado para o Real Madrid. Puro engano.
Os merengues começaram a explanar o seu jogo e sob a liderança de Ronaldo chegaram ao golo sem surpresa. O avançado português fez o único golo do jogo aos 28’, num remate colocado de pé esquerdo, a concluir uma jogada iniciada por Fábio Coentrão. Foi o quarto tento do português nesta edição da Champions.
O CSKA Moscovo foi então obrigado a partir em busca do golo. Do adiantamento das linhas ofensivas a uma menor proteção da sua defesa foi um curto passo, que os jogadores do Real trilharam para lançar venenosos contra-ataques, personificados por Ronaldo, Callejón ou Ozil.
Após o intervalo, essa tendência acentuou-se, tal como o domínio do Real Madrid, assente numa gestão inteligente da posse de bola e numa pressão intensa. O segundo golo esteve à vista em diversas ocasiões, mas a ineficácia teve um preço demasiado alto.
Quando já nada o fazia prever, em tempo de ‘descontos’, um livre no lado direito do ataque do CSKA Moscovo leva a bola até à área merengue. A confusão foi geral, menos para o sueco Wernbloom, que teve o discernimento para aproveitar a falha espanhola e desviar para o empate.
O Real Madrid ganha relativa vantagem para a segunda mão com a igualdade a um golo conseguida fora de portas. No entanto, este empate sabe quase a uma derrota, face ao maior poderio, qualidade e domínio exibido esta tarde no estádio Luzhniki. O apuramento para os ‘quartos’ carece agora de confirmação no Santiago Bernabéu, a 14 de março.
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