O presidente do Benfica, Rui Costa, reconheceu hoje que um título na Liga dos Campeões de futebol "é cada vez mais difícil" perante o poderio de colossos financeiros, como o City, mas considera que "nada pode ser uma utopia".
Após uma campanha europeia que terminou nos quartos de final da principal competição de clubes europeia diante do Inter de Milão, em 2022/2023, o plantel 'encarnado' defronta novamente o emblema italiano no grupo E da competição, juntamente com Salzburg e Real Sociedad, numa edição que fará Rui Costa sonhar novamente.
"Neste clube, nada pode ser considerado uma utopia. Sabemos das dificuldades, temos de ser realistas, as pessoas têm de interpretar isto da forma correta, no modelo atual, cada vez mais é difícil o Benfica chegar ou ganhar uma final da Liga dos Campeões. Basta olhar para os grandes colossos financeiros por essa Europa fora a terem dificuldades a ganhar o troféu. O Manchester City ganhou, no ano passado, a primeira, por isso pode-se ver a dificuldade em chegar à final. Por outro lado, não alimentar o sonho num clube desta dimensão e desta grandeza seria uma estupidez. Difícil, mas não impossível", reiterou, aquando da sua participação, gravada em vídeo, na Thinking Football Summit.
Ainda que um terceiro título europeu, após 1961 e 1962, possa não estar no horizonte imediato do presidente do Benfica, a revalidação do título de campeão nacional é um objetivo concreto, apesar de Rui Costa considerar "extraordinariamente difícil".
"No dia em que eu estiver sentado nesta cadeira e não disser que o Benfica é um candidato ao título, tirem-me dela, porque alguma coisa não está bem. Obviamente que procuramos o segundo campeonato consecutivo, num ano que vai ser extraordinariamente difícil, mas nós temos as nossas ambições. Tirando quando ganhámos os quatro campeonatos seguidos [de 2013 a 2017], já faz muito tempo que não fazemos o ‘bi’", recordou.
No rescaldo de quase três anos desde que foi eleito o 34.º presidente do clube, Rui Costa demonstrou ainda vontade de ser um agente de mudança, não querendo entrar, contudo, "em choques" com a estrutura 'encarnada'.
"O modelo de governação vai ser ajustado à realidade atual, da mesma forma que se tem adaptar ao meu modelo de trabalho e funcionamento, portanto vai sofrer alterações, mas faz parte das mudanças e a única coisa que pretendo é que sejam pautadas pela responsabilidade e o dinamismo dentro do clube, sem grandes choques", explicou.
O dirigente demonstrou ainda reservas quanto à centralização dos direitos audiovisuais, que, segundo a Liga Portuguesa de Futebol Profissional deverá, no máximo, ser concretizada até 2028/2029, de modo a reduzir assimetrias entre os clubes 'grandes' e restantes, assim oferecendo uma maior competitividade à I Liga.
“Só conseguimos ter uma opinião completamente válida quando tivermos a certeza do que pode haver por aí. As únicas coisas que sabemos é que, primeiro, é uma lei do governo e, segundo, a Liga deu a garantia que todos os clubes sairiam beneficiados com isso. Atendendo que o Benfica privilegia sempre o crescimento dentro do futebol português, tem de estar dentro desse processo, mas sempre com essas premissas”, reiterou.
Por todo o seu passado enquanto jogador no Benfica e adepto do clube, Rui Costa encarou ainda o rótulo de 'presidente adepto', que várias vezes lhe é atribuído, com naturalidade
"Não sei o que é ser um ‘presidente adepto’. Se um presidente não tem sentimentos pelo clube, eu não sei o que ele está lá a fazer. Se a expressão é essa, então serei sempre com todo um orgulho, mas sempre um presidente responsável".
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