Oito anos depois, Gastão Elias volta a vencer no Millennium Estoril Open, torneio de categoria 175 do ATP Challenger Tour. Aos 34 anos, o tenista da Lourinhã, número 339.º ATP, saiu vitorioso na ronda de abertura do torneio português frente ao norte-americano Learner Tien (69.º ATP).

“Foi assim tanto?”, questionou Gastão Elias, meio surpreso pelo hiato de tempo entre a, então, última vitória alcançada na terra batida do Clube de Ténis do Estoril, em 2017 e o triunfo desta segunda-feira frente a Learner Tien, um dos jovens prodígios do ténis mundial.

“Fico feliz pela vitória, fico triste por serem tantos anos entre uma e outra, mas feliz pela forma como foi, contra um jogador com um grande futuro pela frente, uma promessa de ténis mundial”, referenciou Gastão Elias, que competiu em oito das nove anteriores edições do Estoril Open, e que no ano passado foi eliminado na primeira ronda da fase de qualificação por Richard Gasquet.

No court central do Estoril Open, Elias, antigo 57.º do mundo (2016) e o terceiro português a ocupar a mais alta hierarquia no ténis mundial, bateu Tien, tenista de 19 anos, em três sets, com os parciais de 5-7; 7-5 e 6-4, em duas horas e 26 minutos.

“Acho que joguei bastante bem, apesar de um ou outro erro que cometi e fez-me perder o primeiro set, no geral, estive sólido e estive intenso”, destacou.

“Obviamente, também um pouco nervosismo a entrar para este jogo, mas consegui lidar bem com tudo, com as condições e, no geral, foi um encontro bastante positivo”, constatou.

Reconhece que o nervosismo surge “não é por quem está do outro lado”, nada mais nada menos que o terceiro melhor tenista teenager da atualidade, mas sim “porque quero ter uma boa performance, quero fazer um bom resultado no torneio, estou a jogar em casa e quero aproveitar esta oportunidade que me foi dada”, sublinhou Gastão Elias, cuja estreia no quadro principal do pó de tijolo do Estoril aconteceu quando tinha apenas 15 anos.

A idade é, para Gastão Elias, um posto. “Ajuda a ter a idade que tenho, já passei por isto muitas vezes e, se calhar, foi isso que me ajudou de certa forma”, realçou.

“Estou cá para as curvas, sinto-me bem fisicamente, estive de igual para igual com um miúdo 15 anos mais novo”, admitiu o tenista olímpico (JO Rio de Janeiro 2016).

“Perco muito pouco jogos por causa do físico, portanto, ainda considero que estou numa boa forma para competir este nível”, avisou Gastão Elias, atleta que detém no portfólio 10 triunfos em torneios Challenger, o último dos quais em Oeiras, em 2022.

Junta-se a Nuno Borges e espera-lhe nos “oitavos” um duelo com o chileno Nicolas Jarry (57.º ATP) ou o compatriota Henrique Rocha (199.º).

“A última vez que joguei com o Henrique levei uma coça (6-4 e 6-0, na ronda 32, em Lima, Peru, novembro de 2024) e com o Jarry, se não me engano, também perdi (maio de 2022, Aix-en-Provence, França), portanto vou tentar a desforra”, finalizou.