Rui Vitória, que falava em conferência de imprensa de antevisão ao encontro da segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, reconhece que fruto do resultado desfavorável no primeiro jogo (2-0), a situação “tornou-se mais difícil”, mas salienta que a palavra “desistir” não faz parte do vocabulário dele, apesar de não terem viajado para Lisboa Vítor Moses, Promes e Melkadze.
“Será um jogo difícil, contra um bom adversário. Vamos trabalhar muito amanhã para dar a volta amanhã [terça-feira]. Para amanhã o jogo tem de ser ganho com esta parte do coração e com a cabeça. Temos de dosear. Temos de misturar estas duas grandes áreas e vamos para o jogo. O Benfica está na vantagem no marcador, mas, pelo que vejo dos meus jogadores, somos pessoas de ir à luta, de trabalho de rigor e de acreditar”, afirmou.
No regresso ao Estádio da Luz para defrontar o Benfica, clube onde conquistou dois campeonatos, Rui Vitória acredita que não há motivos para ser mal recebido pelos adeptos.
"Passámos momentos muito bons para mim e para o clube, mas amanhã os adeptos vão querer que a sua equipa ganhe. Tenho um apreço pelo que vivemos aqui, mas agora estou do lado oposto. Só passa uma equipa. Mas não há razão para me receberem mal, pelo contrário, mas não me influencia", disse.
O período de instabilidade vivido no Spartak de Moscovo, nomeadamente a nível diretivo, é, para Rui Vitória, um dos motivos pela inconstância da equipa, até porque “os jogadores não são máquinas, são seres humanos, que leem e ouvem”.
“Não devemos perder muito tempo a nos desgastarmos com coisas que não estão diretamente relacionadas com a equipa. No Spartak têm acontecido coisas paralelas. Não é neste momento que vou arranjar desculpas para isso. Estamos a falar de um grande clube onde é fundamental haver estabilidade. Mas isso condiciona de certa forma”, realçou.
Dar a volta ao 2-0 da primeira mão não se afigura uma tarefa fácil, contudo Rui Vitória deixa entender que quem marcar primeiro pode acabar por decidir o jogo, à semelhança do que aconteceu em Moscovo.
“O Benfica tem dinâmicas muito interessantes. Os jogadores têm qualidade na receção e no passe. Mesmo a jogar sob pressão conseguiram sair bem. Na primeira mão, o primeiro golo teve muita importância. Perdemos lucidez, tranquilidade e isso deu vantagem ao Benfica. Este será um jogo diferente. Estamos a defrontar uma grande equipa, é a equipa mais forte deste grupo. Estamos a começar um novo processo. Na Liga dos Campeões a equipa não tem essa experiência. Vamos fazer tudo para reverter a eliminatória”, prometeu.
Foco de uma grande atenção por parte da imprensa russa, nomeadamente no que toca às opções técnicas e à tática de jogo, Rui Vitória considera que mais importante que tudo isso “são os processos defensivos e ofensivos estarem mais assimilados”.
“Existem uma série de coisas que têm de ser analisadas. Não é por mudar a tática que isso se vai resolver. Na primeira mão [na fase final do jogo] jogámos com três centrais numa altura em que adversário [o Benfica] já não estava a pressionar tanto e precisávamos de jogar em largura e profundidade”, explicou o treinador português, deixando a certeza que pretende criar uma equipa competitiva para o campeonato russo e fazê-la ganhar experiência em termos europeus.
O Spartak de Moscovo defronta esta terça-feira, às 20 horas, o Benfica em jogo da segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões que será arbitrado pelo inglês Anthony Taylor.
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