É uma velha máxima do futebol: quem não marca, sofre! Este é o resumo de uns 90 minutos (e mais alguns) disputados em Alvalade entre Sporting e Arsenal, naquele que se revelou num grande jogo de futebol onde a ineficácia "tramou" os Leões.
Se num jogo do campeonato, os clubes ditos grandes sabem que, se falharem um golo, vão ter oportunidade de emendar a situação, na Europa não é bem assim. Cada chegada à baliza adversária é uma oportunidade de ouro.
Por outro lado, tal como Amorim frisou em conferência de imprensa, para quem não viu o jogo, este era um resultado que a equipa portuguesa facilmente assinaria por baixo.
O momento alto foi quando Paulinho mostrou os dentes e fez o 2-1, que quase 'mandava' Alvalade abaixo. Com o 2-2 final, a eliminatória está em aberto e é como se em Londres a segunda mão começasse 0-0. Má notícia chega com os amarelos a Morita e Coates, impossibilitados de jogar o embate decisivo em Inglaterra.
Um jogo de Champions em Alvalade
Do bom futebol os cerca de 36 mil adeptos que tiveram no estádio não se puderam queixar. Sporting e Arsenal protagonizaram quatro golos e uma sede de vitória que tornou o jogo frenético de parte a parte.
Com seis mudanças nos Gunners e uma alteração forçada de Amorim (que colocou Esgaio no lugar do lesionado de última hora Belerín), a entrada dos Leões não podia ter sido melhor - apesar de perdulária.
Pedro Gonçalves fez as bancadas saltar de desespero quando tirou Jorginho do caminho e, em frente à baliza do Arsenal, desperdiçou o 1-0 de forma clamorosa. O Sporting já sabia que não ia ter muitas oportunidades destas e os Gunners não precisaram de muito para o 1-0. Num canto, Saliba fez o que quis da marcação de Pote e atirou de cabeça sem hipóteses para Adán. Na sequência deste lance, instalou-se a confusão no relvado e Coates viu o amarelo que confirmou a ausência na segunda mão.
A vida começava a complicar-se para a equipa portuguesa e, depois de Zinchenko falhar o 2-o e de Edwards tentar levar a equipa para a frente, teve de ser mesmo Gonçalo Inácio a mostrar a garra do Leão.
O central português agarrou a equipa e começou por chutar de fora da área para uma boa intervenção de Turner. Na sequência do pontapé de canto, eis o pagamento na mesma moeda com o golo do empate a ser idêntico ao primeiro do jogo. Inácio saltou mais alto que os restantes e deu esperança em Alvalade com o 1-1.
Só por esta primeira parte, as expectativas já eram grandes para o segundo tempo que voltou a não desiludir. Martinelli e Fábio Vieira ainda assustaram Adán, mas foi Paulinho a protagonizar um dos momentos da tarde. Edwards assistiu Pedro Gonçalves que falhou na primeira tentativa, mas a recarga do camisola 21 foi eficaz. São nestes momentos que Paulinho aparece a "mostrar os dentes" e quase que provocava uma erupção em Alvalade com a única vez em que o Sporting estaria em vantagem.
No início falei que na Europa o desacerto se paga caro. O Sporting já estava em vantagem, é certo, mas o 3-1 perfeitamente poderia matar o jogo e levar a eliminatória a bom porto. Paulinho, instantes depois do golo, apareceu praticamente isolado mas atirou bem por cima da baliza.
O desalento foi demais evidente, mas ainda se intensificou com... o golo do empate. O Arsenal começou a correr contra o prejuízo e Xhaka fez a meias com Morita o 2-2. Remate do suíço que desviou no médio nipónico e traiu Adán. O resultado ficava fechado.
A verdade é que não era só o Sporting que se dava ao luxo se falhar golos. Martinelli apareceu isolado na cara de Adán, ultrapassou o guardião espanhol e queria fazer o bonito até aparecer o corajoso St. Juste com um corte no limite aos pés do brasileiro.
Esta foi das últimas grandes imagens do jogo que arrefeceu nos últimos minutos. Chermitti, Diomandé e Fatawu já aquecerem para poderem voltar a ser opção numa segunda mão que - tendo em conta aquilo que já vimos - promete para o futebol espetáculo.
Veja as melhores imagens do jogo!
Momento do jogo: Paulinho falha o 3-1
Corria o minuto 55 e, logo depois de fazer o 2-1, o Sporting tinha oportunidade fazer o 3-1 nos pés do mesmo protagonista: Paulinho.
Seria um golo que poderia mudar a eliminatória e selar a vitória em Alvalade, mas o avançado português falhou praticamente isolado na cara de Turner. Não só foi um exemplo de uma ineficácia que não se pode ter neste tipo de jogos, como acabou por resultar no golo do empate momentos depois.
Os melhores
St. Juste: Uma exibição imperial do defesa leonino. St. Juste não só foi consistente em travar grande parte das investidas do Arsenal como ficou ligado a um lance em que tirou um golo certo a Martinelli.
Paulinho: Uma exibição agridoce, mas que tem de ser destacada pelo golo. Paulinho parece estar talhado para estes momentos e aos 55 momentos levou Alvalade à festa e... ao desespero. Primeiro pelo 2-1, depois por falhar o terceiro.
Edwards: Mais um grande jogo do extremo inglês que só pecou pela ausência de um golo. Sempre disposto a servir os colegas e a serpentear o adversário, Edwards foi dos mais inconformados no ataque dos Leões.
Fábio Vieira: Uma boa surpresa dos Gunners, e que leva Arteta a ter de estar mais atento nas suas opções. A jogar mais encostado na ala ou como falso 9, o português foi sempre um perigo para o Sporting. Mesmo com as assobiadelas, aquele pé esquerdo não engana.
Em tarde desinspirada
Pedro Gonçalves: Não se pode dizer que tenha sido uma má exibição de Pote, mas, tal como em Portimão, o médio leonino parece continuar ineficaz na hora de rematar à baliza. Primeiro, com um falhanço logo aos seis minutos, e depois na segunda parte, o que resultou na recarga certeira de Paulinho.
Saka: O internacional inglês tem sido uma das grandes figuras do Arsenal nesta temporada, mas neste jogo foi tudo menos isso. Sem grande espaço, não conseguiu ter a imprevisibilidade necessária para ferir a defesa do Sporting.
Reações dos protagonistas:
Rúben Amorim: "Acredito sempre, mais do que o sportinguista mais ferrenho"
A reação dos jogadores do Sporting ao empate frente ao Arsenal
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