A 48 horas da décima final europeia para o Benfica, o SAPO Desporto recorda aqui os jogos decisivos que sustentam a história do clube da Luz nas provas da UEFA.
Pela quarta vez em cinco anos na final da Taça dos Campeões Europeus, o Benfica voltou a provar em 1965 o amargo sabor da derrota. Do outro lado estava o campeão em título, o Inter, moldado pelo ‘mago’ treinador argentino Helenio Herrera.
Poucas finais perdidas terão custado tanto aos encarnados como esta de 1964/65. Sob a orientação do romeno Elek Schwartz, o Benfica enfrentou uma equipa histórica, onde alinhavam Sandro Mazzola, Jair, Fachetti e Mario Corso. E para um oponente histórico foi preciso uma caminhada igualmente histórica, deixando para trás Aris Bonnevoie (Luxemburgo), Real Madrid e Gyor ETO (Húngria).
Só que o jogo da decisão, a 27 de maio, começou da pior maneira para o clube da Luz. A UEFA havia atribuído a San Siro a organização da final, algo que motivou os protestos pelo facto de o Inter ir jogar “em casa”. Com cerca de 80 mil adeptos no estádio e um relvado em péssimas condições, por causa da chuva forte que caíra, os nerazzurri iriam ser mais felizes, mas não sem sofrer um grande susto.
A vitória (1-0) do Inter ficou marcada pelo golo solitário de Jair, aos 42 minutos, num lance mais recordado pelo ‘frango’ de Costa Pereira. O guarda-redes que tinha defendido as redes encarnadas nos triunfos de 1961 e 1962 falhara. E desse golpe o Benfica já não conseguiu reagir.
Costa Pereira viria mesmo a abandonar o campo mais tarde, após uma lesão contraída num choque com Mazzola, obrigando o defesa central Germano a ocupar o lugar do colega na baliza. Com apenas 10 elementos, um ambiente difícil no estádio e uma equipa campeã europeia do outro lado, os jogadores do Benfica transcenderam-se na luta pelo empate, sob a liderança de Coluna.
Segundo rezam as crónicas da época, a formação portuguesa encostou o Inter às cordas, mas sem conseguir a tão ansiada igualdade. Uma réplica que mereceria mesmo o respeito dos ‘tiffosi’ nerazzurri com uma ovação no final da partida e o prémio de jogo prometido pelo presidente Adolfo Vieira de Brito.
Foi a quarta final europeia do Benfica e aquela que empatou as conquistas com os desaires (2-2). No dia 14, os encarnados regressam para disputar a sua décima final europeia, com a decisão da Liga Europa diante do Sevilha.
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