Depois de fazer correr muita tinta, de vários rumores, eis a confirmação encaputada: Lionel Messi é o novo jogador do Paris Saint-Germain.
O clube começou a aquecer os adeptos para a apresentação de um jogador 'surpresa' que de surpresa tem muito pouco, e que não deixou dúvidas, principalmente com as pistas dadas.
Os parisienses publicaram um 'misterioso' vídeo nas redes onde levantam um véu sobre uma nova contratação - um "Novo diamante em Paris" - com pistas relativamente fáceis de desvendar: seis bolas de ouro e a camisola da Argentina. Tendo em conta que Messi é o único com seis bolas de ouro, a matemática é fácil de fazer.
Outra das pistas dadas é que Messi não será o número 10, uma vez que Neymar continuará com o número às costas. No vídeo surge um lugar por ocupar entre Neymar e Mbappé, n.º7.
O jogador argentino, seis vezes vencedor da Bola de Ouro, disse adeus a Barcelona e rumou a Paris, assinando por duas épocas, com mais uma da opção, de acordo com o 'L'Équipe'.
Messi junta-se assim a Neymar, Mbappé e Di María naquela que promete ser uma super equipa dos parisienses.
As verbas envolvidas não foram reveladas, mas o jornalista Fabrizio Romano adiantou durante a manhã que Messi irá auferir cerca de 35 milhões por época.
A mudança de Messi para os parisienses já tinha sido confirmada pelo pai do jogador, Jorge Messi, que é também o seu representante, deixando ainda críticas ao Barcelona.
"Quem foi o culpado da saída? Perguntem ao clube", referiu o pai do craque argentino, que é também o seu representante.
Uma vida no 'Barça'
Com seis anos, Lionel Andrés Messi Cuccittini chegou às camadas jovens do Newell’s Old Boys na Argentina. Mas o pequeno génio não crescia e, de acordo com o biografia 'Messi, o miúdo que não podia crescer' do jornalista Luca Caioli, precisava da administração diária de uma injeção de hormonas de crescimento. O tratamento custaria mil euros por mês, um valor demasiado elevado para os pais.
O Newell"s Old Boys (NOB), clube onde começou a jogar com seis anos, não podia pagar o tratamento. Nem o River Plate que mostrou interesse no jogador. Era preciso uma alternativa fora do país e foi aí que surgiu o Barcelona, o clube que se predispôs a pagar o tratamento hormonal.
Em 2000, com apenas 13 anos, e tal como aconteceu com Cristiano Ronaldo, Messi deixou a família e o país-natal para rumar aos espanhóis do Barcelona. "Foi muito difícil, foi uma mudança muito grande. Quando cheguei ao Barcelona não pensava em ser o melhor do mundo. Cheguei com o sonho de poder ir para a equipa principal, mas nunca imaginei o que viveria depois", admitiu Messi ao Barça Magazine no ano passado.
O investimento do Barcelona acabou por compensar e, com 16 anos, o jovem argentino estreou-se pela equipa principal dos blaugrana… no Porto.
Na inauguração do Estádio do Dragão a 16 de novembro de 2003, o jovem foi lançado Frank Rijkaard. A derrota catalã (2-0) passou para segundo plano porque nascia ali uma lenda do futebol mundial. Messi entrou à passagem do minuto 74, por troca com Fernando Navarro. Com o número 14 nas costas.
O internacional argentino era já na altura uma das maiores promessas das escolas do Barcelona e a estreia oficial de Lionel Messi ocorreria um ano depois, a 16 de novembro de 2004, no dérbi catalão frente ao Espanyol, em pleno Estádio Olímpico Luís Companys. O Barcelona acabaria por vencer por 1-0 e Lionel Messi entrou para o lugar de Deco, internacional luso-brasileiro que curiosamente também tinha jogado no encontro particular na estreia do Estádio do Dragão.
Crescia assim uma longa ligação entre Messi e Barcelona que terminou na passada quinta-feira.
Os números históricos de Lionel Messi no Barcelona
Lionel Messi deixou o Barcelona depois de mais de 20 anos, com 672 golos, 778 jogos e 34 títulos na equipa principal.
No clube desde os 13 anos, Lionel Andrés Messi, agora com 34, tinha um acordo para assinar por mais cinco anos, até aos 39, mas o ‘Barça’ adiantou que, apesar da vontade das partes, não foi possível avançar com o mesmo e despediu-se do seu capitão.
Messi, que ‘aterrou’ em La Masia, a escola de formação do FC Barcelona, em 2000, estreou-se oficialmente pela equipa principal em 2004/05, depois de, já no escalão sénior, disputar 10 jogos e cinco golos pelo FC Barcelona C, em 2003/04, e 22 encontros e seis tentos pelo FC Barcelona B, em 2003/04 e 2004/05.
Na equipa principal, o futebolista natural de Rosário, onde nasceu em 24 de junho de 1987, disputou 778 jogos, nos quais conseguiu 672 golos, dois registos ímpares na história do clube ‘culé’.
Em 17 épocas, Messi arrebatou 34 títulos, 10 dos quais internacionais, com destaque para quatro edições da Liga dos Campeões (2005/06, 2008/09, 2010/11 e 2014/15), prova em que marcou 120 golos em 149 jogos.
Na sequência desses triunfos, o argentino conquistou por três vezes o Mundial de clubes (2009, 2011 e 2015) - com cinco golos em cinco jogos - e por outras tantas, e nos mesmos anos, a Supertaça Europeia, com três tentos em cinco encontros.
Messi soma ainda 10 vitórias na Liga espanhola, tendo sido o melhor marcador em oito ocasiões, para um total de 474 golos, em 520 jogos, sete na Taça do Rei (56 golos, em 80 jogos) e outros sete na Supertaça espanhola (14, em 20).
Ao longo de 17 anos no ‘Barça’, foram também inúmeros os prémios individuais que conquistou, sendo sido eleito por seis vezes o ‘Bola de Ouro’, para o melhor jogador do ano, e conquistado por seis vezes a ‘Bota de Ouro’, para o ‘rei’ dos marcadores dos campeonatos europeus, feitos ímpares na história do futebol.
Em 2020/21, o argentino disputou 47 jogos pela equipa catalã, nos quais somou 38 golos e 10 assistências, numa época em que, coletivamente, venceu a Taça do Rei, numa final com o Athletic Bilbau (4-0) em que ‘bisou’.
Antes do arranque da temporada, Messi enviou um ‘burofax’ ao FC Barcelona, manifestando a sua intenção de deixar o clube, mas, depois, acabou por recuar, deixando claro que jamais entraria numa guerra na justiça com o seu clube de sempre.
Entretanto, o anterior presidente Josep Maria Bartomeu saiu do clube, voltando Joan Laporta, ao ganhar as eleições realizadas em 07 de março de 2021, sendo que um dos seus principais desafios era garantir a manutenção do futebolista argentino.
As partes chegaram a acordo, mas, por questões financeiras, o mesmo não foi para a frente.
"Apesar de ter chegado a existir um acordo entre o FC Barcelona e Leo Messi, com a clara intenção de ambas as partes de assinarem hoje um novo contrato, não será possível formalizar devido a obstáculos económicos e estruturais (regulamento espanhol da La Liga)", explicou o emblema catalão em comunicado.
O dia 16 de maio de 2021 fica na história como o dia em que Messi jogou pela última vez pelos catalães, numa derrota caseira com o Celta de Vigo, para a 33.ª jornada da Liga espanhola 2020/21, no seu 778.º e último jogo de Messi pelo FC Barcelona, selado com o 672.º e último golo.
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