O Nice já reagiu ao castigo de subtração de dois pontos e três jogos à porta fechada, na sequência dos incidentes provocados pelos seus adeptos na receção ao Marselha.
Em comunicado, o clube assumiu as responsabilidades e culpou os adeptos. O Nice lembra que o castigo aplicado poderá colocar "em risco o apuramento para as competições europeias da próxima época"
Eis o comunicado do Nice
"Quando decidimos adquirir a OGC Nice, a paixão dos adeptos foi um elemento fundamental na nossa decisão. Adoramos ver essa paixão no estádio. Mas a segurança dos adeptos, famílias, crianças e jogadores é igualmente crítica para a INEOS. No dia 22 de agosto, ultrapassámos uma linha que nunca mais deve voltar a ser ultrapassada. Fomos castigados pela Liga pelo nosso comportamento. E com razão. Vai custar-nos entre 1 e 4 pontos e pode pôr em risco o apuramento para as competições europeias da próxima época. Aceitamos a punição como justa, dadas as circunstâncias. A INEOS acredita num forte espírito competitivo, na paixão tanto no campo como nas bancadas, mas nunca na violência ou num comportamento ameaçador."
O Comissão Disciplinar da Liga gaulesa ordenou a repetição do Nice-Marselha à porta fechada e em campo neutro e castigou o Nice com três jogos a porta fechada e a subtração de dois pontos, um dos quais em pena suspensa. Além de determinar o fecho das bancadas do Estádio Allianz Riviera, a comissão disciplinar avançou igualmente com a suspensão provisória do preparador físico do Marselha, Pablo Fernandez, em face dos “graves atos de violência” ocorridos no Nice-Marselha.
O órgão aplicou dois jogos de suspensão para o defesa Álvaro González e um para o extremo Dimitri Payet, todos do Marselha.
Aos 74 minutos do Nice-Marselha, vários elementos dos grupos radicais ligados ao Nice saltaram os painéis publicitários que separavam a bancada sul do relvado e tentaram agredir os jogadores visitantes, após Dimitri Payet ‘devolver’ uma garrafa que lhe tinha sido lançada da bancada, quando o avançado marselhês se preparava para bater um pontapé de canto.
Os acontecimentos resultaram numa invasão de campo e numa autêntica ‘batalha campal’, que obrigou todos os jogadores a recolher aos balneários e levou o árbitro, Benoit Bastien, a interromper provisoriamente a partida quando o Nice vencia por 1-0, com um golo de Kasper Dolberg (49).
A equipa do Nice acabaria por regressar ao relvado, ao contrário do Marselha, que se recusou a retomar o encontro e levou o juiz a suspende definitivamente o jogo.
Na sequência dos incidentes, um adepto do Nice foi detido pela polícia francesa e as autoridades municipais determinaram o fecho da bancada sul do estádio do Nice durante quatro semanas, bem como a proibição de acesso ao reduto por parte de pessoas que tenham participado nos incidentes e tenham sido identificadas pela polícia.
Foi ainda ordenado que seja colocada uma rede naquela bancada do estádio, para impedir que sejam atirados objetos para o terreno de jogo.
No dia dos incidentes, a Liga francesa de futebol garantiu que estavam reunidas as condições para ser retomado o encontro.
Mais tarde o Ministério Público informou que os apoiantes que invadiram o terreno jogo da Allianz Riviera, no sudeste de França, correm o risco de uma pena de prisão até três anos, uma multa de 45 mil euros e ainda a proibição de entrada em recintos desportivos durante cinco anos. Também a ministra francesa do desporto, Roxana Maracineanu, alertou que uma “linha vermelha foi ultrapassada”, pelo que deverá haver sanções.
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