Os participantes dividem-se quanto ao sucesso da Conferência do Futebol que se realizou esta semana em Moçambique. Uns consideram que a mesma foi positiva, enquanto outros são da opinião que faltou uma definição clara da agenda para o futebol moçambicano para um período de médio e longo prazo.

Durante dois dias profissionais do futebol moçambicano estiveram reunidos na Conferência Nacional, que tinha como principal objetivo reformular a agenda da modalidade para os próximos anos. Sete temas marcaram as discussões deste evento, tendo no final as opiniões sido diversas quanto ao cumprimento dos objetivos da mesma.

Miguel Vaz, Vice-Presidente da Associação de Futebol da cidade de Maputo, considerou que «seria um pouco de atrevimento dizer que esgotámos o levantamento dos problemas que afligem o futebol nacional, mas a partir desta conferência cada um nós assumiu que há que fazer muito mais em prol do que fazemos pelo futebol e que aquilo que está a ser feito tem de ser melhorado».

Por seu turno, Augusto Matine, Secretário Técnico da FMF, disse que «ficou provado nesta conferência que nem tudo está mau» na componente de formação de novos talentos, apesar de não existirem condições para tal. «É certo que o fazemos com deficiências, mas vale mais fazer com deficiências do que não fazer, visto que não era prioridade para os governantes olhar para a formação no desporto».

O relator desportivo, Fernando Dias, considerou que o «tempo da conferência foi escasso para debater todas matérias», mas esteve dentro das expectativas. «A base do nosso futebol é a formação, e ficou patente que nós não estamos a fazer a formação, temos a questão da legalização dos clubes, que é muito deficitária, como as infraestruturas, mas espero que se divulguem as recomendações que constam da síntese e que estas sejam implementadas para que a curto, médio e longo prazo tenhamos sinais de desenvolvimento do futebol».

Já Rui Hélder Guilzae, jornalista desportivo da TVM, diz ter saído algo desiludido da conferência, sustentando que «estava à espera que se registassem mais resultados». «É verdade que fizemos muitas abordagens e falou-se muito sobre os mais diversos temas, mas saí preocupado porque no fim não tivemos efetivamente os resultados que se esperavam para que, por exemplo, saibamos como a federação vai trabalhar sobre o quadro competitivo, a harmonia das instituições desportivas e as questões de segurança nos recintos de jogos, entre outros aspetos».