
A FIFPro, Sindicato de Jogadores Profissionais, lançou esta segunda-feira duras críticas a Gianni Infantino e à FIFA pela forma como os jogadores foram tratados no último Campeonato do Mundo de Clubes.
Pouco depois do presidente do organismo que rege o futebol mundial ter sublinhado o valor das receitas amealhadas ao longo da competição, a FIFpro afirma que o Mundial de Clubes apenas serviu para aumentar as receitas da FIFA à custa dos jogadores.
"Infantino comporta-se como um homem que se julga Deus. E esta competição esconde uma rutura perigosa com a realidade quotidiana dos futebolistas de todo o mundo. Jogou-se com temperaturas inaceitáveis, colocando em risco a saúde dos jogadores. É grave e esta situação não se pode repetir no Campeonato do Mundo do próximo ano!", afirmou Sergio Marchi em comunicado.
Marchi comparou o recente Mundial de clubes a uma "encenação de um espetáculo global digno do 'pão e circo' da Roma antiga. A FIFA continua a aumentar os seus lucros, mas à custa daqueles que jogam! Não é possível nenhum espetáculo se a voz dos jogadores for ignorada. Chegou a hora de os futebolistas serem verdadeiramente colocados no centro do jogo!"
O conflito entre FIFA e FIFPro agudizou-se depois do sindicato ter visto as férias dos jogadores cortadas substancialmente devido ao Mundial de clubes. Em vez de um mês, como pedia a entidade, os jogadores ficaram com direito a três semanas.
Contudo, os jogadores tiveram direito a 72 horas mínimas de descanso entre jogos, algo que chegou por vezes a ser ultrapassado devido às interrupções de algumas partidas.
Por seu lado, a FIFA afirma que analisou "questões-chave relacionadas com a saúde dos jogadores", incluindo "o aspeto crítico do calendário dos jogos internacionais", e que houve "consenso" na discussão das 72 horas entre jogos, assim como nos 21 dias de férias atribuídos.
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