João Félix foi a figura de Portugal, na goleada à Nigéria por 4-0 na última quinta-feira, naquele que foi o único jogo de preparação dos lusos antes do Mundial2022. O jovem extremo/avançado não marcou, mas esteve envolvido em três dos quatro golos de Portugal.
Portugal deu bons sinais com a goleada, pela forma como atacou, mas também defendeu, apesar de, neste último capítulo, tenha mostrado algumas fragilidades que o próprio Fernando Santos reconheceu. Agora é transportar isto para o Mundial e vencer já na estreia, diante do Gana, no dia 24 de novembro.
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Uma ideia Mundial
É quase certo que Fernando Santos irá lançar Cristiano Ronaldo a titular no Mundial, caso o capitão da Seleção esteja livre de problemas físicos. E é quase certo que entre João Félix e Rafael Leão, um deles será sacrificado no onze da Seleção. E é uma pena que seja assim. Porque, a não ser que Cristiano Ronaldo rebente com a 'tampa do Ketchup' dos golos, nada justifica a sua titularidade neste momento na Seleção.
Nos 4-0 a Nigéria, o extremo/avançado foi o único da frente a fazer os 90 minutos, claramente justificados. Mesmo que tenha tido uma perda de bola ou outra, tenha feito um rodriguinho ou outro a mais, quando tentou adornar os lances em vez de ser simples.
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Porque quando quis jogar, jogou muito. Só pelo fantástico passe a isolar Bruno Fernandes aos 45+1 minutos, já merecia entrar no onze. 'Amarrado' no Atlético Madrid, onde o 'cholismo' aprisiona a sua criatividade e capacidade técnica, João Félix poderá encontrar na Seleção portuguesa o espaço ideal para se soltar e mostrar todo o seu talento.
O atacante esteve em três dos quatro golos de Portugal e criou um punhado de situações, em vários lances onde ficou nítido que Fernando Santos pode contar com ele. Chega ao Qatar como um dos jogadores mais frescos, com menos minutos nas pernas, e isso pode ser bom. Com confiança, a sua mobilidade e inteligência poderão ser uma mais-valia.
João Félix aproveitava muitas vezes as aproximações de André Silva para junto dos médios para fletir para dentro e tentar diagonais, embora raras vezes os seus colegas do meio tenham visto esses movimentos. Quando pegou na bola mais atrás, mostrou boa leitura e visão de jogo, como se viu no 1-0 e no já mencionado passe para Bruno Fernandes aos 45+1.
E por falar em mobilidade, o 4-4-2 ou 4-3-3 que Fernando Santos apresentou diante da Nigéria poderá ser a melhor solução para potenciar os jogadores da Seleção: uma equipa que mete quatro médios na zona central, que ainda traz um dos avançados para essa zona para criar superioridade, chamar a equipa adversária e libertar os corredores para as entradas dos laterais. Muitos dos desequilíbrios conseguidos diante da Nigéria apareceram nos corredores laterais, por Nuno Mendes e Dalot, ou Bruno Fernandes, o homem do meio que descaía mais na direita.
O jogo mostrou que Portugal deve aproveitar a qualidade dos seus médios e laterais para ter sucesso na prova que arranca no próximo domingo, no Qatar. Se Fernando Santos assim entender…
Momento-chave: Félix, Dalot e Bruno para o 1.º
Marcar cedo aos nove minutos foi crucial para Portugal desbloquear o jogo. E marcar nas poucas oportunidades criadas, melhor ainda. O passe de João Félix para Diogo Dalot é fantástico, a temporização e capacidade de leitura da situação por parte do lateral foi de topo. Bruno Fernandes só teve de encostar.
Os Melhores: João Félix e mais 10
João Félix não marcou, mas esteve em três dos quatro golos de Portugal. Jogou e fez jogar, mostrou o seu talento e 'calou' algumas bocas, principalmente em Espanha onde é acusado de pouco fazer no Atlético Madrid. Para fazer algo, tem de estar em campo, com jogadores associativos, para se expressar. No corre-corre, muito dificilmente será útil.
Bruno Fernandes fez dois golos, criou algumas oportunidades e deu bons sinais. Otávio e Bernardo Silva carimbaram o onze, Rui Patrício mostrou que não será pela baliza que Portugal deixará de fazer boa figura no Qatar: um penálti defendido e fantástica defesa diante do isolado Chukwueze.
Em noite 'não': Nigéria pouco 'oleada'
José Peseiro, o selecionador da Nigéria, admitiu na resposta a uma pergunta do SAPO Desporto que a sua equipa está longe do que pretende. Apresentou-se com alguns jogadores novos, defesa refeita e isso viu na organização defensiva. A facilidade com que Portugal descobria caminhos para a baliza africana, principalmente no primeiro tempo, geram preocupações.
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