Um golo de Chadli aos 94 minutos, deu a vitória a Bélgica sobre o Japão por 3-2, num jogo em que os belgas estiveram a perder por 2-0. Haragushi e Inui colocaram os 'samurais' a vencer no segundo tempo mas Fellaini, Lukaku e Chadli deram a volta, este último com um golo no derradeiro minuto dos descontos, num contra-ataque fantástico. Os belgas vai medir forças com o Brasil nos quartos-de-final.
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A história dava a eliminação do Japão como um dado adquirido, tendo em conta o passado dos nipónicos em fases a eliminar dos Mundiais de futebol. Em todas as seis presenças em Mundiais, os nipónicos tinham perdido sempre, sem nunca ter sequer marcado um golo depois de passar a fase de grupos. Frente a Bélgica, uma das três seleções que fizeram o pleno de vitórias na fase de grupos (Uruguai e Croácia também venceram todos os jogos), a força dos 'samurais' tinha de vir ao de cima para contrariar o futebol de posse, de muita técnica mas também força da Bélgica.
Robero Martinez, que descansou nove jogadores titulares frente a Inglaterra na 3.ª jornada e mesmo assim venceu, apresentou a sua melhor equipa, com destaque para o regresso de Kompany, no centro da defesa. Com uma equipa que evoluiu num 3-4-3, os belgas dispõem de um arsenal fortíssimo para resolver jogos. Do meio-campo para a frente, poucas seleções têm tantas soluções como os 'diabos vermelhos', com jogadores poderosos no físico, muito fortes no um-para-um, rápidos, taticamente muito evoluídos e com faro de golo.
E foi isso que colocaram em campo no primeiro tempo, com um futebol rápido, com velocidade na circulação da bola, movimentação dos homens da frente e muitas dificuldades para os nipónicos em acertar com as marcações. Lukaku e Hazard eram os mais perigosos e deixavam o guarda-redes Kawashima com as mãos a 'arder', como aconteceu ao minuto 27, num remate fortíssimo do médio do Chelsea.
Os belgas conseguiam ganhar vantagem pelo ar, na velocidade e na técnica. Mas os 'samurais' nunca desitiam. Sempre bem organizados e solidários, iam defendendo como podiam e, quando surgia a oportunidade, saiam em contra-ataque, tirando partido da muita subida defensiva belga. Em muitos lances, sobravam apenas os três centrais belgas para travar os lances de ataque do Japão.
Depois de sobreviver nos primeiros 45 minutos, o Japão voltou com a convicção que podia ' ferir' os 'diabos vermelhos'. Até porque havia espaço e alguns erros individuais nos belgas. E foi isso que aconteceu aos 48: contra-ataque do Japão, bola metida nas costas de Vertonghen que falha o corte, esta chega a Haraguchi que remata cruzado, batendo Courtois.
Os 'samurais' mostravam pergaminhos e surpreendia os 'diabos vermelhos'. E quando fizeram o 2-0 aos 52 minutos, numa 'bomba' de Inui de fora da área, o mundo do futebol ficou ainda mais surpreendido. A Bélgica, um dos grandes candidatos, estava à beira da eliminação. Mas faltava muito tempo.
Entre os dois golos japoneses, Hazard tinha atirado uma bola ao poste.
A ver a equipa a perder, Roberto Martinez desfez a equipa, passou a jogar em 4-4-2 com o recuo de Meunier e a saísa de Carrasco, lançou Fellaini e Chadli e adiantou De Bruyne.
Os 'diabos vermelhos' passavam a jogar de forma diferente. Lukaku falhou o 1-2 aos 63 mas aos 69, Vertonghen redimiu-se do erro no primeiro golo e reduziu de cabeça, num lance em que queria colocar a bola no centro da área mas acabou por fazer golo. O guarda-redes Kawashima tinha saído e estava muito perto de um dos postes. Não conseguiu recuperar para travar o remate.
Fellaini empatou aos 74 minutos, também de cabeça, após centro de Hazard. Em pouco tempo, os belgas deixavam tudo na mesma.
A pressão belga era intensa, os japoneses começavam a sentir dificuldades. Shoji negou o golo a De Bruyne pouco antes do empate, num grande corte. Depois entrou em cena Kawashima, com duas defesas fantásticas aos 86 minutos, em dois remates de cabeça de Chadli e Lukaku.
Os derradeiros minutos foram frenéticos. Courtois teve de se esticar e muito para evitar que um corte de Witsel entrasse na sua baliza, aos 90. Aos 93, voou para afastar com os punhos um remate de Honda.
E no derradeiro lance do jogo, a vitória. Fantástico lance de contra-ataque dos belgas, com de Bruyne a conduzir e dar em Meunier que centrou de pronto. Lukaku fez-se à bola e arrastou dois defensores mas apens para a deixar seguir para Chadli que só teve de encostar. 3-2, recuperação fantástica e a Bélgica nos quartos-de-final. O Brasil é o adversário.
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